Itabira: Orquidário da Mata do Intelecto será reaberto nesta sexta-feira
O orquidário municipal é relevante tanto para a questão ambiental quanto para a proteção e diversidade de plantas
Nesta sexta-feira (17), a Prefeitura de Itabira, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, receberá doações de orquídeas para dar vida ao orquidário municipal Maria Luiza Ramos (Carôla). Cada flor entregue no Parque Natural da Mata do Intelecto, às 16h, será registrada com o nome de quem a doou.
Na oportunidade, será ministrada uma oficina com representantes da Associação Orquidófila Mineira de Itabira em parceria com a Universidade Internacional da Paz (Unipaz). A atividade é gratuita e aberta ao público (limitada a 20 vagas).
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Denes Lott, desde o início era desejo da pasta revitalizar o local. “Nossa intenção foi reformar esse orquidário, reabilitá-lo e transformá-lo de novo em um local adequado. O espaço foi pintado e também readequado para receber bem o sol e, assim, contribuir para o desenvolvimento das flores”, afirmou.
O orquidário municipal é relevante tanto para a questão ambiental quanto para a proteção e diversidade de plantas devido a coleção da família das orquidáceas, segundo o superintendente de Meio Ambiente, Diego Pimenta. “A ação de doar as flores trabalha a sensibilização ambiental, que faz a população ter o interesse em preservar e cuidar das plantas, além da própria questão de pertencimento do parque”, destacou.
Ele ainda reforçou que essas ações envolvendo à população vão de encontro com o desenvolvimento do projeto Mosaico de Unidades de Conservação, iniciativa da secretaria para fortalecer a essência conservacionista da Unidade de Conservação e promover a participação de forma integrada e participativa.
História
O orquidário municipal Maria Luiza Ramos (Carôla) recebeu esse nome em homenagem a Maria Luiza Ramos, nascida no distrito de Senhora do Carmo. Órfã desde criança, Maria foi adotada, juntamente com sua irmã Celeste, pela família de Flaviano Drummond de Andrade, irmão mais velho do poeta Carlos Drummond de Andrade. A história é contada pelo neto afetivo de Carôla, Eugênio Müller.
“Muito religiosa, na teoria e na prática, ela era devota de Nossa Senhora Aparecida, a ponto de ir em romaria ao Santuário em Aparecida do Norte todo ano na época do Natal. Participava ativamente de todas as celebrações da Semana Santa em Itabira, sempre atuando como personagem nas encenações da paixão de Cristo.
Tinha um raro talento para as plantas, em especial para as orquídeas, cuja paixão fez criar e manter um dos mais significativos orquidários de Itabira na época.
Carôla viveu na simplicidade de um ser que encontrava alegria em ajudar as pessoas. Sempre descalça (para captar as energias da terra, dizia ela) inspirava uma doçura séria, um olhar de sabedoria que exalava formas carinhosas de se expressar com simplicidade e sabedoria.
Possuía singular sensibilidade no trato com as pessoas, dispensando a todos uma palavra generosa e sincera. Dedicada ao trabalho em diversas frentes, cheia de energia e vitalidade, Carôla deixou várias lições de amor à vida, ao próximo e à natureza.
Decidida, fez questão de elaborar e registrar um inventário que deixava todos os seus bens para a Diocese de Itabira: uma casa no bairro Caminho Novo, alguns milhares de reais em conta bancária e todo seu orquidário. Deste, algumas orquídeas foram doadas para o Parque Natural Mata do Intelecto”.