Itabira: PSFs devem começar a receber novos médicos a partir de fevereiro, afirma secretária de Saúde
Clarissa Lages também falou sobre a marcação de exames e a falta de remédios na Farmácia Municipal
* Entrevista realizada pelo jornalista Alírio de Oliveira.
Diante de muitas indagações e reclamações dos usuários do Sistema Único de Saúde, em especial dos Postos de Saúde da Família (PSFs), o portal DeFato entrou em contato com a secretária municipal de Saúde de Itabira, Clarissa Santos Lages, que falou sobre as principais dúvidas dos itabiranos. Confira:
DeFato: Faltam médicos nos PSFs de Itabira?
Clarissa Lages: Fizemos recentemente a adesão ao Icismep [Instituição de Cooperação Intermunicipal do Médio Paraopeba], que, embora tenha demorado um pouco sua aprovação na Câmara Municipal, vai nos permitir flexibilizar e trazer mais facilidade na contratação de médicos. A nossa previsão é que já a partir de fevereiro comecem a chegar os médicos que vão preencher por completo as Unidades Básicas de Saúde.
DeFato: A demora no processo dos exames realizados por meio dos PSFs é sempre demorado, às vezes leva meses até se conhecer o resultado. Isso se deve à burocracia? Não há como reduzir esse tempo para que o enfermo seja enfim tratado?
Clarissa Lages: Realmente tivemos um efeito cascata muito significativo com a pandemia e com esses exames acumulados. Desde o ano passado nós mais que dobramos a cota de exames laboratoriais para cada PSF. Além disso, ampliamos, de forma significativa, os postos de coleta. Os postos que não faziam a coleta de sangue no próprio local, hoje o fazem. Assim, os usuários já não precisam ir ao hospital ou laboratório, já que as coletas ocorrem nos PSFs.
DeFato: Essas coletas existiam em quais postos de PSF’s da cidade?
Clarissa Lages: Já existiam coletas nos PSF’s dos bairros Juca Batista/Água Fresca, João XXIII, Machado, Gabiroba de Cima I e II, Pedreira e nos distritos de Senhora do Carmo e Ipoema. Estendemos esse serviço para os bairros: Praia II/Juca Rosa, Nossa Senhora das Oliveiras, Eldorado, Chapada, Clóvis Alvim, Santna Ruth, Santa Marta e Bethânia.
DeFato: Existe alguma providência a mais para se agilizar o resultado desses exames?
Clarissa Lages: Sim! Estamos fazendo o rastreio nos PSF’s de todos os pacientes que estão com os exames em atraso, dos que ainda não fizeram os exames e vamos montar nos próximos dois meses um atendimento específico para esses usuários, de forma que consigamos normalizar essa fila.
Com isso, temos três atitudes importantes: injetamos dinheiro para dobrar as cotas dos PSFs, ampliamos as coletas de exames dentro desses postos e estamos “revisitando” essa fila de espera para fazer uma grande ação nos próximos dois meses para sua normalização.
DeFato: Há constantes reclamações de falta de medicamentos na Farmácia da Prefeitura. De quem a culpa? Do governo, laboratórios ou o longo processo de licitação?
Clarissa Lages: Muitos dos medicamentos que estavam em falta já foram regularizados este mês. Em muitos casos, tivemos dificuldade de encontrar por causa do insumo do medicamento. Este é um problema vivido por todo o Brasil, e não só em Itabira. Temos alguns medicamentos que às vezes estão em falta, mas isso ocorre pela dificuldade de entrega do próprio distribuidor, mas não é a maioria.
Entre os medicamentos que já conseguimos regularizar este ano estão: Salbutamol 100 mcg, Ácido Valpróico 500 mg (comprimido), Amoxilina 500 mg (cápsula), Escopolamina 10 mg (comprimido), Levodopa +Benserazida 200/50 mg (comprimido), Clorazepan 2,5 mg/ml (gota), Colecalciferol 200 UI (gota), Enantato de Noretisterova 50 mg= Valerato de Estradiol 5 ml, Hidrazina 25 mg (comprimido) e Ibuprofeno suspensão oral 100mg/ml.
Finalizando, a secretária municipal de Saúde, Clarissa Santos Lopes lembra que sua pasta, a cada 15 dias, emite uma lista desses medicamentos e os motivos pelos quais estão em falta, para que toda população possa acompanhar.