José Antônio: Rio Tanque é solução, mas prazo para funcionamento é inaceitável
Diretor-presidente do Saae pede mobilização para superar entraves ambientais
A atual gestão do município concorda que a Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio Tanque é a solução em longo prazo para manter a água nas torneiras de Itabira. Mas, “aguardar seis anos para seu funcionamento é inaceitável”. O entendimento é o do diretor-presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), José Antônio Reis Lopes.
O dirigente da autarquia respondeu a questionamentos de vereadores durante a reunião ordinária de terça-feira (23). O assunto Rio Tanque foi colocado em pauta por Rodrigo “Diguerê” (PTB). O petebista perguntou se a atual administração municipal dialoga com a Vale para avanços no tema.
Uma reunião virtual ocorreu recentemente e envolveu município, Saae, Ministério Público e a empresa Aecom do Brasil – braço técnico do MP no acordo para construir a ETA Rio Tanque. “A obra em si está prevista para iniciar em 2024. Até lá, são questões ambientais. O nosso maior gargalo está nas questões ambientais. O trâmite disso é muito lento”, lamentou José Antônio. Ele pediu o apoio da Câmara em uma mobilização para agilizar os licenciamentos.
Por enquanto, não há muito a ser feito – indicou o empresário recém-nomeado no governo Marco Antônio Lage (PSB). Ele lembrou que a frequente falta d’água, sobretudo em bairros mais altos, é consequência do “crescimento sem planejamento de Itabira ao longo dos últimos anos”.
Vazão baixa
A atual vazão dos seis sistemas de captação de Itabira – Gatos, Pureza, Três Fontes, Areão e Rio de Peixe – é de 380 litros por segundo. Em 2020, segundo a diretoria da autarquia à época, a média era de 500 l/s.
Para pontuar a parte técnica de operação do Saae, José Antônio levou consigo Dartson Fonseca – engenheiro, servidor há mais de três décadas e atual diretor técnico da responsável pelo serviço de água e esgoto.
Existe, segundo eles, um temor por um período de seca na cidade. A atual vazão, inclusive, já inclui o fornecimento de ao menos 100 l/s fornecidos pela Vale, num acordo intermediado pelo MP. A Vale repassa o quantitativo de água citado ao sistema do anel hidráulico, enquanto Rio Tanque não sai do papel.
A ETA
No ano passado, a Prefeitura anunciou o que virá a ser a maior obra de abastecimento da história da cidade: a construção da ETA Rio Tanque. O projeto de mais de US$ 30 milhões prevê captação e tratamento de 600 litros de água por segundo. É a aposta também para atrair novas indústrias e investimentos ao município. O feito será custeado pela Vale, em acordo conquistado com a intermediação do Ministério Público.