Jovem Pan acusa TSE de censura; associação de imprensa repudia órgão

Veículo foi proibido de reproduzir peças publicitárias contra o candidato Lula

Jovem Pan acusa TSE de censura; associação de imprensa repudia órgão
Alexandre de Moraes, presidente do TSE – Foto: Agência Brasil

Uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) restringiu o veículo Jovem Pan de tratar de fatos envolvendo a condenação de Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à presidência. Todas as plataformas da Jovem Pan deverão excluir peças publicitárias eleitorais, feitas por adversários, cuja temática seja “Lula mais votado em presídios” e “Lula defende o crime”.

Os ministros definiram que os jornalistas da emissora não podem falar sobre o assunto após uma votação apertada, por 4 votos a 3. Caso descumpra a regra, a Jovem Pan terá que pagar uma multa diária e o jornalista responsável precisará arcar com R$ 25 mil.

Em nota nas redes sociais, o veículo de comunicação acusou o TSE de censura. O comunicado reitera que “justamente aqueles que deveriam ser um dos pilares mais sólidos da defesa da democracia estão hoje atuando para enfraquece-la e fazem isso por meio da relativização dos conceitos de liberdade de imprensa e de expressão, promovendo o cerceamento da livre circulação de conteúdos jornalísticos, ideias e opiniões”.

Nesta quarta-feira (19), a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) emitiu uma nota de repúdio contra o que chamou de “escalada de decisões” do TSE, sem citar a Jovem Pan. Segundo o comunicado, há um temor de interferência na programação das emissoras, afirmando que “restrições estabelecidas pela legislação eleitoral não podem servir de instrumento para a relativização dos conceitos de liberdade de imprensa e de expressão”.