Lula afirma que Ministério do Desenvolvimento Social não será entregue ao “Centrão”
Responsável pelo Bolsa Família, pasta é considerada a “menina dos olhos do presidente”
Em entrevista à Rede Record, nesta quarta-feira (12), o presidente Lula (PT) afirmou que o Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) não será entregue ao “Centrão”. A pasta é responsável pelo Programa Bolsa Família, um dos mais respeitados projetos dos governos petistas.
Segundo Lula, esse ministério é de sua cota pessoal e continuará sendo comandado pelo seu correligionário, Wellington Dias. “Primeiro, deixa eu lhe falar uma: esse ministério (MDS) é um ministério meu. Esse ministério não sai. A saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece ministério. É só fazer uma inversão de valores”, afirmou.
O presidente também se manifestou sobre as discussões, que só vão ocorrer após a volta dos deputados do recesso de meio de ano, em agosto.
“No momento certo nós vamos conversar, da melhor forma possível. Eu não quero conversa escondida, conversa secreta. A hora que voltar o Congresso Nacional, que for juntar os líderes do partidos, é que vou conversar. Toda imprensa vai ficar sabendo o que eu conversei com cada um, o que foi ofertado para a participação no governo e o que o governo quer estabelecer de relação com o Congresso até o final do mandato”.
Lula afirma que “é melhor ter uma relação à luz do dia, civilizada, aberta, todo mundo sabendo”, Dessa forma, diz ele, “você pode discutir emendas que sejam feitias publicamente, com a sociedade sabendo para onde vai ser encaminhado aquele recurso, para qual projeto”.
Sobre as possibilidades de mudanças ministeriais na Esplanada, para uma composição maior do governo, Lula diz que o que pode acontecer, a partir das férias dos deputados, é que alguns partidos políticos queiram fazer parte da base do governo. “Se esses partidos tiverem a decisão de participar do governo, vamos ter que fazer um remanejamento nos ministérios. Não é uma reforma, é uma acomodação de alguns partidos que ficaram fora, mas querem participar”.
O governo tem interesses claros em contar com a participação de alas do PP, do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e também de ala do Republicanos. Os dois partidos deram muitos votos ao governo na reforma tributária, mas querem exatamente a menina dos olhos do presidente, o MDS, e também a pasta dos Esportes, hoje comandada por Ana Moser.
Também estão na pauta das negociações o controle da Funasa, que será recriada, além da Caixa e dos Correios. O governo parece ter definida a saída de Daniela Carneiro (União Brasil), que será substituída por Celso Sabino, também do mesmo partido.