Lula chama Trump de “bravateiro”

“Estamos vivendo um momento que quanto mais coisas irreais você falar, mais você tem destaque na mídia internacional”, salientou Lula

Lula chama Trump de “bravateiro”
Foto: Ricardo Stuckert/ PR/Flickr

Na manhã desta quarta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com jornalistas das rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH

O tema principal do encontro foi as últimas medidas e declarações do presidente Donald Trump. Nesta terça-feira (4), o presidente norte-americano informou, ao lado do primeiro-ministro judeu Benjamin Netanyahu, que os Estados Unidos planejam assumir o controle da Faixa de Gaza.  

Lula criticou as principais ameaças do seu homólogo norte-americano, nos últimos dias.  “Você tem o tipo de político que vive de bravata. O presidente Trump fez a campanha dele assim, ele agora tomou posse e já anunciou que vai ocupar a Groelândia, anexar o Canadá, que vai mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, já anunciou ocupar o Canal do Panamá. Sinceramente, nenhum país, por mais importante que seja, pode brigar com todo mundo em tempo todo”, criticou Lula.  

Sobre a polêmica da Faixa de Gaza, o governante brasileiro foi mais incisivo. “Estamos vivendo um momento que quanto mais coisas irreais você falar, mais você tem destaque na mídia internacional. Não tem sentido o presidente dos Estados Unidos se reunir com o presidente de Israel e falar que vai ocupar Gaza. Os palestinos vão para onde? O que aconteceu em Gaza foi um genocídio e eu sinceramente não sei se os Estados Unidos, que fazem parte de tudo isso, seria o país para tentar cuidar de Gaza”, assinalou. 

Lula confirmou também que tarifará os Estados Unidos se o “tarifaço” de Trump atingir o Brasil. O presidente garante que haverá reciprocidade. “É o mínimo de defesa, o governo merece usar a lei da reciprocidade. Você tem na Organização Mundial do Comércio uma permissão para que possa taxar qualquer produto até 35%. Para nós, o que seria mais importante seria os EUA baixar a taxação e nós baixarmos a taxação. Mas se ele e qualquer país aumentar a taxação do Brasil, nós iremos taxá-los também. Isso é simples e muito democrático”, finalizou o chefe do Executivo nacional.