Mão única? Argentina vai reforçar segurança na fronteira com o Brasil para combater o tráfico de drogas

“Além da Bolívia, planejamos expandir essa política para outros pontos da fronteira. Agora vamos para a fronteira em Misiones com o Brasil”, informou a ministra da Segurança da Argentina

Mão única? Argentina vai reforçar segurança na fronteira com o Brasil para combater o tráfico de drogas
Foto: Reprodução/ Youtube/Vou na janela

A ministra da Segurança da Argentina, Patrícia Bullrich, afirmou, na terça-feira (28), a intenção de reforçar a segurança na fronteira com o Brasil.

A declaração foi feita à rádio Mitre, do seu país e ocorre depois que o presidente Javier Milei anunciou a construção de um muro na fronteira com a Bolívia.

“Além da Bolívia, planejamos expandir essa política para outros pontos da fronteira. Agora vamos para a fronteira em Misiones com o Brasil, que é uma fronteira onde se entra no país a pé em muitos lugares e onde tivemos assassinos e problemas”.

Uma cerca de 200 metros na fronteira com a Bolívia será construída em parceria com a Província de Salto, no norte do país. Na sexta-feira (24), foi anunciada a abertura da licitação nesse sentido.

A iniciativa é para conter travessias ilegais e o contrabando, muito ativos na região. 

Segundo o interventor da cidade de Águas Blancas, Adrian Zigarán, “foi solicitada a construção de uma cerca linear para evitar que as pessoas cheguem à cidade sem passar pela migração”.

O muro terá 2 metros e meio de altura e será construído entre a aduana argentina e um terminal de ônibus, ficando antes do acesso ao Rio Bermejo, na fronteira natural entre os dois países.

O Rio Bermejo é um dos principais acessos da “rota da droga”, segundo informações do Ministério de Segurança argentino, assim como permite que argentinos atravessem até a cidade de Bermejo, na Bolívia, para comprar produtos mais baratos.

“Passam ares-condicionados, geladeiras de duas portas, eletrodomésticos de última geração como dez viagens por dia. A verdade é que estão rompendo o tecido comercial de Orán, e do norte argentino com esse descontrole de importação de mercadoria ilegal”, ressalta Zigarán.

A decisão de Milei gerou descontentamento e reações do governo boliviano e o Ministério das Relações Exteriores classificou a medida como “preocupante”.

Autoridades bolivianas defendem que questões fronteiriças sejam discutidas por meio de diálogos bilaterais, ressaltando que “qualquer medida unilateral pode afetar a boa vizinhança e a convivência pacífica entre povos irmãos”.

A construção do muro é parte do Plano Güemes, lançado pelo governo Milei em dezembro do ano passado para combater crimes federais.

* Fonte: Revista Oeste