Mauri Torres se aposenta do Tribunal de Contas de Minas Gerais
Mauri foi nomeado Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais em 2011
A Sessão do Tribunal Pleno, realizada ontem (23) foi marcada pela despedida de Mauri Torres no Tribunal de Contas de Minas Gerais. Mauri José Torres Duarte exerceu o cargo de conselheiro do TCE-MG por 14 anos, chegando a ser presidente por duas vezes, nos biênios de 2019/2020 e 2021/2022.
Natural da cidade de Guararema, Interior de São Paulo, Mauri passou a infância em Nova Era e João Monlevade, onde iniciou a vida profissional como contínuo na prefeitura. Pouco tempo depois, Torres se tornou chefe do Setor de Contabilidade e se manteve no cargo até a década de 1980.
Reconhecido pelas atividades executadas nos municípios, em 1990 elegeu-se pela primeira vez deputado estadual, cargo que ocupou por 20 anos, sendo eleito seis vezes seguidas. Em 2003, Mauri foi eleito presidente da Assembleia. No ano seguinte, foi reeleito para o biênio 2005/2006, tornou-se o primeiro presidente a cumprir dois mandatos seguidos.
Em 2011, foi nomeado Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais
Despedidas
O presidente do TCE mineiro, conselheiro Durval Ângelo, se negou a dizer que o colega está se aposentando, já que “aposentar é para aquele que se afasta das atividades, que se recolhe a sua vida privada e coloca um ponto final na atividade pública”, conceituou. Para Durval, após os 14 anos exercendo o cargo de conselheiro, Mauri se jubila, porque “jubilado é aquele que continua ainda atuando na sua atividade profissional e continua produzindo, contribuindo com conselhos e ensinamentos”.
“Vamos continuar aproveitando de toda sabedoria ainda por muitos e muitos anos, porque disposição, interesse público e vontade, ele continua tendo”, saudou o amigo. Durval lembrou a trajetória de Mauri, quando se conheceram, ainda jovens, e o conselheiro aposentado atuava na Pastoral Operária Católica de João Monlevade. Os dois ainda se encontraram, anos mais tarde, na Assembleia Legislativa do Estado, como deputados, e colegas no Tribunal de Contas. “A palavra do Mauri sempre é de conciliação, de consenso, de entendimento, seguindo a velha estirpe da mineirice”, contou o presidente.
Outra característica observada pelos colegas de Mauri é a forma como o conselheiro valorizava a autonomia dos municípios. O conselheiro-substituto Adonias Monteiro ressaltou que o municipalismo, em que ocorre a execução das políticas públicas, é fundamental para o bem-estar do cidadão. “Polido e conciliador”, resumiu o conselheiro-substituto Hamilton Coelho ao se despedir do colega. Já o conselheiro Gilberto Diniz destacou que Mauri, apesar de ser discreto, fez um trabalho agregador de pessoas em torno de ideias em prol do interesse público
O conselheiro-substituto Telmo Passareli agradeceu ao conselheiro Mauri Torres pela recepção quando tomou posse no TCE. “Um grande mestre! Foi a primeira autoridade que tive contado quando nesse Tribunal ingressei”, recordou. Passareli também parabenizou Mauri pela forma como ele conduziu os trabalhos do Tribunal durante a pandemia de Covid-19, “permitindo que o TCE continuasse funcionando, fiscalizando, exercendo todas as atividades, mesmo naquela época difícil”.
“De poucas e bem medidas palavras, paciente na escuta, adepto da conversa presencial, de contato visual e avesso a comunicações à distância”, pontual o subprocurador-geral do Ministério Público de Contas, Daniel de Carvalho. “O conselheiro Mauri é um exemplo para nós que atuamos na vida pública e para aqueles que pretender atuar”, disse.
Enlutado pelo falecimento do Papa Francisco, o presidente Durval Ângelo citou uma frase do Pontífice, em homenagem ao colega Mauri: “Somos portadores de uma grande riqueza, que depende daquilo que somos: da vida recebida, do bem que há em nós, da beleza intangível com que Deus nos dotou, porque fomos feitos à Sua imagem, cada um de nós é precioso a Seus olhos, único e insubstituível na História”, finalizou