Mauricinho e Mauricinho Jr.: uma vida inteira dedicada ao Valério

Nesta matéria especial do Dia dos pais, conheça um pouco sobre a história da dupla, que se confunde facilmente com a trajetória do Dragão

Mauricinho e Mauricinho Jr.: uma vida inteira dedicada ao Valério
Foto: Divulgação

Carlos Maurício Costa e Silva e Carlos Mauricio da Silva. O primeiro, um ex-atacante que mudou de posição com o passar do tempo, e que hoje se dedica ao curso de Educação Física. O segundo, também um ex-atacante que mudou de posição com o passar do tempo, e que hoje tenta entregar de volta tudo aquilo que seu antigo clube lhe deu durante a carreira.

Não bastassem essas coincidências, ambos possuem dois vínculos em comum: o familiar e o Valériodoce Esporte Clube. Carlos Maurício Costa e Silva, ou simplesmente Mauricinho, fez bastante sucesso pelo Dragão durante as décadas de 80 e 90, e hoje atua como treinador da categoria mirim do clube.

Já o segundo, conhecido no meio como Mauricinho Jr, abandonou os campos aos 24 anos, e atualmente trabalha de Personal, além de estudar Educação Física. Polivalente, o ex-atleta chegou a trocar a posição de atacante pela de lateral direito, mas pendurou as chuteiras precocemente por, segundo ele mesmo, “acasos da vida”.

Mauricinho (1985-1996)

Hoje com 53 anos, o “Maurício pai” representou as cores do Valério em duas passagens. A primeira durou pouco mais de uma década e ocorreu entre 1985 e 1996, ano em saiu de Itabira.

Jogador de muita habilidade e técnica apurada, Mauricinho passou a se destacar ainda mais quando deixou de ser um ponta-direita e virou um segundo atacante, posição cada vez mais rara no futebol. Grato ao clube que lhe formou, ele externa sua vontade em ver um Dragão forte novamente.

“Foram vários anos de muitas coisas boas, muitas conquistas e alegrias. Eu tenho um orgulho imenso em ser Valério Doce e ter jogado muitos anos com essa camisa. O que eu mais sonho é ver o time se reerguendo, com os pés no chão e muita organização, para não termos problema lá na frente”, diz.

Além disso, o ex-atleta, cujo passatempo favorito dentro das quatro linhas era servir os sortudos centroavantes que o acompanhavam, representava uma era mais romântica do futebol, na qual o vínculo entre clube e jogador era muito mais forte.

“Hoje em dia os jogadores mal começam a carreira e já pensam em ir para a Europa, ao contrário de antigamente, quando a gente tinha que ter uma formação, um aprendizado bacana para poder estar galgando alguma coisa bacana lá na frente. Então nós vestíamos a camisa e criávamos identidade com o clube”, explica.

Após se aventurar por outros estádios de Minas Gerais e passar por importantes times como Uberaba, URT e Tupi, o atual treinador das categorias de base do Dragão e outrora auxiliar técnico da equipe profissional voltou a pisar no gramado do Israel Pinheiro aos 39 anos.

Valério
Juntando as duas passagens pelo clube, Mauricinho atuou durante 12 anos com a camisa do Valério. Foto: Divulgação

O retorno e a chance de um recomeço

A segunda passagem, ocorrida em 2006, foi especial tanto para Mauricinho, que se aposentou logo em seguida, quanto para Mauricinho Jr, que pôde ter a chance de ver seu pai atuar profissionalmente pela primeira vez:

“Por ser muito novo e não me lembrar de muitas coisas (Mauricinho Jr tinha 2 anos quando seu pai encerrou a primeira passagem), hoje eu tenho muitas fitas, CD’s e camisas da época em que ele jogava, coisas que ele mesmo guardou e me deu. No entanto, só pude vê-lo jogar profissionalmente uma ou duas vezes”, detalha.

Além disso, esta foi uma oportunidade para ambos recuperarem o tempo perdido pela rotina corrida do futebol. Assistir o filho treinando nas categorias mirins do Valério se tornara uma atividade comum para o progenitor, que hoje também vê sua cria lutando pelo sonho de ser um preparador físico.

“Eu sempre pensei em me manter no meio do esporte após acabar minha carreira como jogador, e a preparação física tomou conta. Tenho esse sonho desde moleque, e hoje venho preparando esportistas pertencentes a atividades como basquete, vôlei ou futebol. Felizmente tenho a prática, pois já estive no meio deles, agora preciso me aprofundar nos estudos para pegar a parte teórica. Estou muito feliz e creio que essa nova fase será muito boa”, explica Mauricinho Jr.

Valério
Destaque tanto no ataque quanto na lateral, Mauricinho Jr fez toda a sua base no Dragão. Foto: Divulgação

Sobre a pressão em seguir o mesmo caminho do pai nos campos, ele afirma que nunca aconteceu. A escolha pessoal do filho sempre foi uma prioridade dentro da casa dos Silva. “Meu pai nunca foi enjoado para que eu jogasse bola, sempre adotou um discurso de ‘vai da sua vontade, vai do seu querer’”.

E se há um sonho em comum entre ambos, é o desejo em ver um Valério protagonista como já fora antes. Um time que volte a figurar no pelotão de cima do futebol mineiro e que revele outros jogadores como Mauricinho, que tem em casa um eterno admirador:

“Eu escuto bastante as pessoas dizendo que ele era craque, e eu tenho certeza, porque até hoje, quando o vejo jogar em campeonatos de master, percebo como há muita qualidade ali, o toque diferente na bola. Então eu considero meu pai um ídolo e eu, sem dúvidas, sou fã dele.”