‘Me sinto impotente diante dessa situação’: mães relatam medo após ameaças de ataque na E.E.Dona Eleonora

A DeFato entrevistou algumas mães de alunos, que por medo, preferiram ficar no anonimato e não identificar os seus filhos

‘Me sinto impotente diante dessa situação’: mães relatam medo após ameaças de ataque na E.E.Dona Eleonora
Escola Estadual Dona Eleonora em Itabira. Foto: Google Maps

Desde a manhã de ontem (3), toda a comunidade estudantil da Escola Estadual Dona Eleonora Nunes Pereira, em Itabira, está em estado de alerta devido a série de ameaças que um perfil fake vem fazendo nas redes sociais. O perfil ainda está ativo e vem realizando novas publicações, das quais algumas ameaças são destinadas nominalmente a determinados alunos. Hoje, a escola está funcionando dentro da normalidade possível, contando com apoio da Polícia Militar e da Superintendência de Ensino de Nova Era. Mas diante desse cenário de medo e insegurança, muitos pais e responsáveis têm proibido seus filhos de irem à escola, enquanto não tem a certeza de que os estudantes estão em segurança.

A DeFato entrevistou algumas mães de alunos, que por medo, preferiram ficar no anonimato e não identificar os seus filhos.

Faltavam 30 minutos para acabar as aulas na Dona Eleonora quando A.P recebeu a notícia das ameaças de ataque. ‘‘Foram os 30 minutos mais longos que já esperei passar, até ver minha filha chegando do escolar e bem em casa’’. Mesmo com a garota sem ir à escola, o sentimento de insegurança e incerteza ainda permanece no coração da mãe

‘‘Não sabemos o que passa na cabeça desse indivíduo, se ele quer só assustar os alunos, professores e demais trabalhadores da escola. Ou se, de fato, tem essa má intenção. Sinto revolta, por ver minha filha passando por essa situação, ela ama estudar, ir pra escola, e aí vem alguém para tirar isso dela e de tantos outros.’’

‘‘Quando recebi a notícia só pensei no pior e liguei pra várias pessoas conhecidas para não mandarem os filhos pra escola’’, relata outra mãe, que desde o ocorrido, tem proibido seu filho de ir à escola. Segundo a mulher, o filho de 11 anos está muito assustado e imaginando que poderia acontecer na Dona Eleonora, um ataque similar ao que ocorreu na E.E. Thomazia Montoro, no último dia 27 de março, em São Paulo. 

‘‘Nossa, estou com muito medo e insegura com toda essa situação. Não confio que a Polícia esteja tomando as providências, nem os órgãos competentes, porque o perfil da pessoa ainda está ativo, postando coisas em tempo real e com ameaças’’, desabafa a mulher. 

‘Me sinto impotente diante dessa situação, estamos diante de ameaças que partem de um perfil fake’, afirma uma outra mãe de aluno, que quando soube da notícia, acreditava ser uma brincadeira de mal gosto. Agora, a mãe sente que a possibilidade pode ser real, pois as ameaças continuam. 

‘‘Cogitei em trocar de escola, mas quem garante que outras escolas não corram o mesmo risco?’’, indaga a mulher, ressaltando que os ataques são sintomas de uma triste realidade, em que primeiro deve-se ‘‘preocupar com a segurança e a educação de qualidade para depois’’.

O que diz a Polícia Civil e a E.E.Dona Eleonora Nunes Pereira

Segundo o delegado Helton Cota, a Polícia Civil já identificou um suspeito responsável pelas ameaças, mas ainda é cedo para emitir mais informações a respeito. Confira a nota completa enviada à DeFato nesta manhã. 

‘‘A Polícia Civil de Minas Gerais informa que recebeu a ocorrência lavrada pela Polícia Militar noticiando a suposta ameaça na data de ontem (03/04/23). Um procedimento já foi instaurado na Delegacia Regional de Itabira com o objetivo de esclarecer a autoria, motivação e circunstâncias dos fatos’’, diz a nota oficial da Polícia. 

A direção da escola vem fazendo o possível para tentar adequar toda a situação. Em comunicado enviado aos professores, funcionários, alunos, pais e responsáveis da comunidade escolar, o diretor Werlane Fernandes afirmou que tomou todas as providências junto à Polícia Militar e Civil, registrando o boletim de ocorrência e abertura de inquérito para investigação do caso. Hoje, a Escola teve policiamento da PM e acompanhamento de uma representante da Superintendência de Ensino de Nova Era.

A DeFato tentou contato com a Superintendência de Ensino de Nova Era, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para pronunciamentos futuros.

 

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