Medicina em Itabira: HNSD elogia projeto e quer parceria para se tornar hospital escola
“Vamos trabalhar junto ao MEC para ter no certificado de entidade beneficente no segmento educação”, declarou o diretor executivo do HNSD, Alexandre Coelho
O projeto costurado entre a Prefeitura de Itabira e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) para implantar no campus do município o curso de Medicina é visto de maneira positiva pelo Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD). De olho no futuro, a instituição, que é maior no setor de saúde da região, pretende inclusive pleitear a chance de ser um hospital escola para os futuros médicos.
Os hospitais universitários e as clínicas escolas são espaços fundamentais de ensino, pesquisa e extensão na área de saúde. Entre os protocolos de intenção assinados pela Prefeitura e pela Unifei está um que concede o Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC) para essa finalidade em caso de concretização do curso. O HNSD, no entanto, também quer ter essa função.
“É um grande ganho para o município e região uma vez que, não só hospital, mas toda empresa que esteja vinculada a uma universidade que produz conhecimento sai na frente dos outros. Então, queremos ser um campo de estágio não só para treinamento, mas para produção de conhecimento científico. Queremos ser uma extensão da universidade com aplicação desses conhecimentos”, destacou o diretor executivo do HNSD, Alexandre Coelho.
Além de impulsionar a economia itabirana, um dos pilares da visão do hospital é ser uma instituição com caráter educativo. O HNSD tem como missão salvar vidas e cuidar das pessoas, além de ser um hospital filantrópico com vertente em pesquisa.
“Já é um pleito que o hospital tem de praticar o ensino e pesquisa associado a universidades. A gente sabe que quem tem a universidade aliada junto aos prestadores de serviço tende a otimizar muito tanto a parte de gestão, quanto assistencial, como qualitativa”, ponderou Alexandre Coelho.
Para se tornar apto a ser um considerado um hospital escola, o HNSD pretende pleitear junto ao Ministério da Educação (MEC) o ramo educação em sua Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (Cebas).
Atualmente, o HNSD abrange uma extensa área, com atendimentos nos setores de urgência e emergência, alta complexidade em oncologia, terapia intensiva e terapia renal substitutiva. Além de ginecologia obstetrícia e atendimentos de média complexidade.
“A gente vê que alguns hospitais universitários não têm essa abrangência toda. Então, acredito que o HNSD consiga promover para a universidade um campo de escola muito grande”, disse o diretor executivo do hospital.
Alexandre Coelho lembrou ainda que, além dos serviços assistenciais, o HNSD possui projetos em desenvolvimento junto à Unifei e alunos dos cursos de Engenharia Elétrica, de Saúde e Segurança, Mecânica, e vários outros que estudam os processos e as relações de trabalho. Até mesmo uma pesquisa de doutorado é desenvolvida no centro cirúrgico do hospital.
“Isso vem a somar muito com a visão do que o hospital pretende ser. E esse momento tem propiciado essa conquista. Vamos trabalhar junto ao MEC para ter no certificado de entidade beneficente no segmento educação”, frisou.
Polo em saúde e capacitação de profissionais
Reconhecido como um polo regional de saúde, Itabira recebe a demanda de pacientes de 24 municípios e atende a uma população aproximada de 400 mil pessoas, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde.
Os acordos firmados entre o Município e a Unifei para implantação do curso de Medicina estão orçados em R$ 22 milhões. A formalização dos protocolos inclui ainda o uso de hospitais geridos pelo poder público por professores e alunos, caso o ensino de futuros médicos realmente se consolide na cidade.
O diretor executivo do HNSD ressalta que o curso de medicina abre as portas para vários outros segmentos da área da saúde, nos quais a base da saúde podem ser aproveitadas para outras vertentes de ensino.
“Isso é bastante importante para a geração de mão de obra. Porque a tendência é que o segmento de saúde cresça. Itabira está se tornando uma cidade polo em saúde e a gente precisa destes profissionais. Com a universidade trazendo isso, vai fortalecer e preparar melhor estes profissionais. Visto que, além da dificuldade de encontrar este profissional, temos a dificuldade de encontrá-lo com uma bagagem boa. Hoje somos formadores de profissionais. A gente recebe muitos profissionais que estão em seu primeiro emprego e o preparamos para as assistências. Muitas vezes esse profissional quer tomar outro rumo, e já tem uma experiência, então fica mais atrativo para outros hospitais de regiões maiores. Então, eles ganham experiência e alçam novos voos”, concluiu Alexandre Coelho.