Médico é indiciado após aborto de grávida em hospital de Barão

Além disso, o médico também foi indiciado por falsidade ideológica depois de alterar o prontuário da paciente

Médico é indiciado após aborto de grávida em hospital de Barão
Hospital Municipal Waldemar das Dores, em Barão de Cocais – Foto: Arquivo DeFato

Um médico de 49 anos foi indiciado pela Polícia Civil após o registro de um aborto no Hospital Municipal Waldemar das Dores, em Barão de Cocais. Segundo o delegado regional, Helton Cota, o médico é acusado de omitir socorro a uma gestante, que estava em trabalho de parto, no dia 17 de junho de 2019.

Conforme apresentado pelo delegado, a negligência médica teria ocasionado a morte do bebê. Ademais, o profissional ainda é acusado de falsificar as informações inseridas no receituário inicial da grávida, para fazer induzir que, na data do aborto, a paciente havia recebido o atendimento adequado.

 “Ficou constatado que a gestante foi atendida pelo médico plantonista que, em uma rápida avaliação, indicou não se tratar do momento para a realização do parto, prescrevendo medicação para dor e hidratação, apenas. No entanto, no decorrer da madrugada, o quadro apresentado pela gestante se agravou e os enfermeiros responsáveis pelos cuidados da gestante realizaram cinco chamados pelo médico plantonista”, afirma o delegado.

Sem atendimento

Apesar dos chamamentos, o médio não respondeu à equipe porque estava no dormitório da instituição. Durante esse período, o quadro da gestante ficou ainda mais grave ao apresentar sangramentos e outros sintomas. No entanto, somente pela manhã, através de um telefonema realizado pelo Diretor do Hospital, que o médico atendeu aos chamados do corpo de enfermagem, indo avaliar a gestante,

De acordo com as informações da investigação, o profissional da saúde começou o procedimento para a cesárea, todavia, foi retirado sem vida. Diversas manobras de ressuscitação foram feitas no bebê, sem êxito. “Após a finalização da cesárea, o médico plantonista apropriou-se do receituário da gestante, alterando as prescrições realizadas no atendimento inicial, em que prescreveu apenas hidratação e medicação para dor, fazendo inserir, em tal documento, prescrições destinadas ao monitoramento rigoroso da gestante, com a avaliação periódica do estado do feto”, esclarece o delegado.

O médico foi indiciado pela prática do crime previsto no art. 125, do Código Penal, que se trata de aborto provocado por terceiro, sem o consentimento da gestante, e art. 299, do Código Penal, que se trata da falsidade ideológica. De acordo com a Prefeitura de Barão de Cocais, desde o início das investigações, o médico foi demitido do Hospital Municipal Waldemar das Dores.