Membros da ‘Abin Paralela’ debateram dar tiro na cabeça de Moraes

Agentes defenderam o impeachment do ministro e mencionaram que “ele merecia algo mais”

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira (11), na quarta fase da Operação Última Milha, dois integrantes da “Abin Paralela” que em áudio apreendido revelaram a ideia de dar um tiro de fuzil na cabeça do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na conversa, o agente federal Marcelo Araújo Bormevet e Gomes Rodrigues, do Exército Brasileiro (ambos cedidos à agência na época), defenderam o impeachment de Moraes e mencionaram que “ele merecia algo mais”, numa alusão à possibilidade de assassinar o ministro.

“Esse careca tá merecendo algo a mais {sic}”, disse Giancarlo Gomes Rodrigues, militar.

A ideia ocorreu após o compartilhamento de uma notícia que informava o afastamento por Moraes de um delegado da PF responsável do inquérito sobre o ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No diálogo, Giancarlo diz que o ministro merecia “algo a mais”, com Bormevet, sugerindo uma “7.62”, em referência a um tiro de fuzil, acrescentando “head shot”, que significa tiro na cabeça.

Em outro diálogo, ambos falam sobre um abaixo-assinado pelo impeachment de Alexandre de Moraes, enviado por Bormevet a Gomes, que questiona do que se trata. Bormevet responde: “Acho que tu é melancia”, numa referência ao uniforme militar da cor verde, mas supostamente “vermelhos por dentro”, ou seja, esquerdista.

A PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, por determinação do STF, em São Paulo, Brasília, Curitiba, Juiz de Fora e Salvador. A operação visa desarticular organização criminosa criada para monitoramento ilegal de críticos ao governo Bolsonaro com produção de notícias falsas e utilizando-se de sistemas da Abin.