Metabase e Vale discutem segurança na pandemia e aumento da jornada de trabalho em Itabira 

A reunião foi oportunidade para avaliar o cenário do complexo frente ao coronavírus e retomar o debate sobre a alteração dos horários de turno

Metabase e Vale discutem segurança na pandemia e aumento da jornada de trabalho em Itabira 
Foto: Sindicato Metabase
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Por meio de videoconferência, o Sindicato Metabase e representantes da empresa Vale S/A conversaram sobre a segurança da mineradora durante a pandemia, além de discutirem o aumento da jornada de trabalho de funcionários em Itabira. A reunião foi oportunidade para avaliar o cenário do complexo frente ao coronavírus e ainda retomar o debate sobre a alteração dos horários de turno.

Como resultado da reunião, entendeu-se que as medidas adotadas pela empresa no enfrentamento da pandemia foram satisfatórias. De acordo com o relações trabalhistas da Vale, Rubens Alves, hoje há um complexo seguro que passou por avaliações de órgãos oficiais, como Ministério Público e Superintendência do Trabalho.

“Essas instituições querem Itabira para servir de modelo para outras mineradoras. Tudo isso nasceu na primeira reunião que tivemos com o sindicato. Era muito obscuro no início da pandemia e as sugestões que o Metabase trouxe ajudaram muito”,  disse Rubens Alves.

Conforme apresentado pelo presidente do Metabase, André Viana, cerca de 300 pessoas estão afastadas por fazerem parte do grupo de risco. “Recebemos a informação de que a empresa não tem nenhuma ação que visa a demissão de quem quer que seja. Isso atende nossa solicitação de manutenção dos quadros de trabalho. Hoje, somando o pessoal de quarentena preventiva, grupo de risco e pessoal em análise, estamos com cerca de 900 a 1000 trabalhadores.

Jornada de Trabalho

As discussões sobre a troca do horário de turno feita pela Vale propõe aumentar a jornada diária dos trabalhadores da área de produção de 6h para 11h. A empresa alegou que falta mão de obra devido ao afastamento dos trabalhadores durante a pandemia. Além disso, a Vale afirma que a necessidade do aumento de produtividade também tornar o complexo minerário de Itabira  “mais produtivo”, já que houve uma queda de 20% do esperado na produção. Ainda, segundo Rubens Alves, Itabira tem se tornado mais atrativa para investimentos da Vale.

“Depois de Brumadinho, as barragens de Itabira (Pontal e Itabiruçu) tiveram seu nível de alerta elevado de 0 para 1 e a empresa decidiu parar de depositar lama e rejeitos nestas barragens. A produção requer local para estes rejeitos, com as barragens paralisadas a empresa tem de secar os rejeitos e sabemos que nunca houve investimentos nestas ações. A empresa está, obrigatoriamente, fazendo investimentos para secagem dos rejeitos, mas o resultado não será rápido. Enfim, a queda de produção não é falta de pessoal e sim, falta de investimentos para secar os rejeitos que não têm onde colocar. Por isso, a usina para duas, três vezes por dia e essa instabilidade faz com que a empresa não consiga produzir”, disse o diretor do Metabase Bruno Gomes.

André Viana alertou que a empresa apresentou proposta do turno de 11h em outras unidades, porém, esta não contempla a operação de minas, uma vez que em Itabira todos os trabalhadores farão a alteração no horário. Portanto, haverá uma discussão da diretoria para avaliar essas medidas.

Proposta

A Vale apresentou a proposta da jornada de 11 horas diárias, em dois dias seguidos, com folga nos próximos dois dias. Assim, o aumento da jornada semanal será 36 para 40 horas, aumento de 11% no horário laboral. De acordo com a mineradora, essa diferença será compensada com um adicional temporal de 20% no salário. A alteração no horário será de três meses, prorrogáveis para mais três meses.