Minas Gerais vai decretar estado de emergência de saúde por causa da dengue; pico da doença será em março
Minas Gerais já tem14 mortes em investigação por suspeita de dengue. Um dos óbitos ocorreu em Itabira, no último fim de semana
Até o fim desta semana, Minas Gerais decretará estado de emergência de saúde em decorrência da crescente de casos das arboviroses. A informação foi divulgada pelo Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Fábio Baccheretti, durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (23). Ainda de acordo com o secretário, é esperado que o estado atinja o pico de casos de dengue, chikungunya e zika até o mês de março.
“O Estado de Minas Gerais decretará emergência em saúde para facilitar que tanto a Fhemig quanto os municípios possam fazer contratações temporárias e a compra de insumos para combate à dengue mais rápido. Vamos publicar, até o final de semana, um decreto que permite ao gestor uma agilidade na tomada de decisão”, explicou Fábio Baccheretti.
Até o momento, MG contabiliza 32.316 casos prováveis e 11.490 confirmados, além de 14 mortes em investigação e um óbito confirmado. Um dos óbitos em investigação ocorreu em Itabira, no último fim de semana. A morte por dengue já foi confirmada pela Prefeitura, mas ainda não foi atualizada pelo governo estadual. Em Minas Gerais, há ainda um óbito causado por Chikungunya, outro tipo de arbovirose também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Durante coletiva de imprensa, o secretário explicou que a explosão de casos não era esperada para 2024, já que 2023 já havia sido classificado como ano epidêmico. Ele lembrou que o comportamento comum da dengue é registrar um ano epidêmico intercalado por três anos com números mais baixos. “Este ano, vamos completar dois anos consecutivo epidêmicos. Isso é uma novidade”, disse.
Segundo Baccheretti, a maior parte dos casos está concentrada na região central do estado. O secretário também lembrou que o retorno da circulação da dengue tipo 3 no país acende um alerta para casos mais graves da doença. A preocupação se deve ao fato de que a chamada dengue grave acontece, geralmente, quando a pessoa é infectada mais de uma vez, o que pode acontecer quando há um novo sorotipo circulando.
“Teremos um ano epidêmico difícil no estado de Minas Gerais. Não há dúvidas quanto a isso”, concluiu o secretário, ao citar 600 municípios com casos de dengue até o momento em todo o estado, sendo mais de 150 deles com incidência classificada como alta ou muito alta de casos.
O Governo de Minas também investirá mais de R$32,2 milhões para reforçar as ações de combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O valor soma ao aporte de R$80,5 milhões previstos para o período sazonal.