Missão é a identidade do cristão batizado
O Papa Francisco, em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano, reforça que “a existência de Cristo tem um caráter missionário”, por isso, “os homens e as mulheres que o seguem mais de perto assumem plenamente esse mesmo caráter”
Celebrado em outubro, o Mês Missionário de 2024, traz um tema inspirador: “Com a força do Espírito, testemunhas de Cristo” e o lema: “Ide, convidai a todos para o banquete” (Mt 22,9). O tema nos chama a refletir sobre o papel central do Espírito Santo na vida missionária da Igreja e a nossa vocação de ser testemunhas vivas do Evangelho de Cristo no mundo. O mês missionário é uma oportunidade especial para aprofundarmos o chamado de todos os batizados a viver e proclamar a fé, permitindo que o Espírito Santo nos guie nessa tarefa de evangelizar.
A missão de testemunhar Jesus Cristo não se limita aos missionários que vão para terras distantes. Todos os cristãos, em virtude do Batismo e da Confirmação, são chamados a ser missionários em suas próprias realidades. Isso pode acontecer na família, no trabalho, na comunidade local, entre amigos e até mesmo nas redes sociais. Somos chamados a viver e testemunhar a fé, sendo sinais visíveis do amor de Cristo para os outros, sempre confiando na força e na orientação do Espírito Santo.
Pelo Sacramento do Batismo renascemos, em nome da Santíssima Trindade, como filhos e filhas de Deus, e somos acolhidos na Igreja, comunidade de fé. Acolhidos não por acaso, mas para vivermos uma missão: a de testemunharmos Jesus Cristo. Nos passos da vida temos muitos meios e modos de testemunharmos a nossa fé e, em nome da fé que professamos, podemos realizar ações que revelam o rosto da ternura e do amor-compaixão de Deus, como por exemplo, assumindo um ministério e nos colocando a serviço do Senhor, na comunidade. Quando nos dispomos a servir o Senhor, saímos do nosso isolamento deixando a indiferença de lado para darmos um novo sentido à nossa vida.
O Papa Francisco pede que todos sejam discípulos missionários na vida cotidiana, nas atividades do dia a dia, testemunhando o encontro com Jesus e vivendo inspirados pelo Evangelho. Ele enfatiza que a missão nasce de corações transformados pela presença viva de Cristo e que, assim como os discípulos de Emaús, devemos estar dispostos a percorrer novos caminhos para anunciar o amor de Deus. Ele recorda que a missão da Igreja não é opcional, mas uma resposta ao mandato de Jesus: “Ide e fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28,19). Nesse sentido, o Papa incentiva cada batizado a assumir seu compromisso missionário, seja em sua própria realidade local ou além-fronteiras, com criatividade e coragem.
O Papa também sublinha a importância de uma “Igreja em saída”, que ultrapassa as barreiras do medo e do comodismo, sendo sinal de esperança para aqueles que sofrem: os marginalizados e os que ainda não conhecem a mensagem do Evangelho. Ele ressalta o valor da solidariedade, lembrando que a missão deve ser sustentada pela oração – apoio material e espiritual – para que o anúncio de Cristo possa alcançar todas as periferias do mundo.
Não percamos a nossa identidade missionária! Assim como os apóstolos esperaram o Espírito Santo em oração, somos chamados a buscar essa força diariamente. Sem a oração, a missão se torna apenas uma atividade humana; mas quando oramos, estamos nos abrindo à ação transformadora do Espírito. Ele nos conduz, nos inspira e nos dá palavras para anunciar o Evangelho com verdade e amor. Estejamos unidos em oração para que a missão continue animando a vida da Igreja, das Paróquias e das Comunidades.
Padre Hideraldo Verissimo Vieira é pároco na Paróquia São João Batista – João XXIII, em Itabira, e licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com especialização em Ensino Religioso pela PUC Minas.
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