Moradores vão à Câmara e cobram a falta d’água nos bairros Mangabeiras, Rosário e Vale do Sol

Nessa quarta-feira (24) diversos moradores dos bairros Mangabeiras, Rosário e Vale do Sol compareceram à sessão ordinária da Câmara Municipal de João Monlevade para, de forma ordeira e pacífica, reivindicar soluções para a falta d’água na região.

Após a votação das matérias, o presidente da Casa, Gustavo Maciel, suspendeu a reunião para ouvir os populares.

Situação caótica

O morador do bairro Mangabeiras, Carlos Augusto Alvarenga, explicou que o problema é constante e que muitas vezes falta água para atender as necessidades básicas do dia a dia. Segundo ele, os moradores se reuniram com representantes do DAE no dia 22 de junho, porém após este encontro o problema teria se agravado. Ele contou que foi feito um abaixo-assinado, com mais de 300 assinaturas, e que a população afetada passava de 700 pessoas.

Gustavo Maciel, lembrou que a Câmara já aprovou um projeto que autoriza o Executivo a contratar um empréstimo com o BDMG, no valor de R$ 1 milhão, para realizar obras que visam a solução do problema. O recurso será usado para a construção de reservatório, adutora de água e elevatória com bombeamento para atender os bairros.

Durante o uso da Tribuna, todos os vereadores se mostraram solidários aos moradores e garantiram que irão buscar soluções que resolvam o problema da falta de água. Eles sugeriram uma reunião com responsáveis do DAE e cobraram que uma ação imediata seja adotada para solucionar o problema.

O vereador Thiago Titó (PDT) usou a tribuna e demonstrou sua indignação com a situação recorrente. Titó levou uma amostra de água que uma popular coletou após a chegada da água na casa dela.

“Não é uma situação tranquila da gente tratar. É ridícula a situação. A moradora está em lágrimas aqui na Câmara, pois não é algo que ninguém queira passar. Meu sonho é que toda a rede adutora do DAE fosse trocada, mas não vai ser de uma hora para outra. Lá na década de 80 a cidade tinha x moradores. Hoje crescemos, o município tem que se inovar. As adutoras não acompanham o progresso de Monlevade. É um recurso muito caro trocar todas as adutoras, mas é gradativamente”, ressalta Titó.

Buscando solução

O líder do Governo, vereador Belmar Diniz (PT), relatou que entrou em contato com o diretor do DAE, José Afonso Martins, e foi informado que os investimentos e os recursos previstos para solucionar definitivamente o problema, não poderão ser utilizados este ano devido ao período eleitoral. Belmar ainda relatou que o DAE já iniciou a obra de construção de uma rede emergencial de 500 metros, passando próxima à Câmara Municipal, Polícia Civil até a rua Hidelbrando Santana para reforçar o abastecimento nos bairros.

De acordo com o Executivo, a obra emergencial foi dividida em duas partes: uma na avenida Dona Nenela, bairro JK, e outra no bairro Santa Bárbara, em frente à praça Joaquim Pena da Luz. A nova rede de abastecimento fica pronta nos próximos dias.

O diretor do DAE, José Afonso Martins, explicou que recentemente moradores dos bairros têm registrado queixas sobre a redução no abastecimento e, após estudos e levantamentos, o Departamento concluiu que não foi verificada qualquer situação anormal na rede que abastece as três localidades.

“O que vem ocasionando a falta de água é o aumento de consumo.  Devido ao clima seco e propício a geração de poeira e foligem. Quando o problema é de manutenção em, no máximo, 12 horas conseguimos resolver e retomar o abastecimento. Porém, o que detectamos é a carência de investimentos preventivos e estratégicos acumulados ao longo dos anos”, explicou José Afonso.

Reservatório no Rosário

O bairro Rosário possui um reservatório com capacidade de 200 m³. No entanto, o armazenamento de água no local hoje não é suficiente, pois antes mesmo da caixa ser abastecida, a água é consumida pelos moradores da parte baixa.

“O volume do reservatório acaba comprometido. Com a construção da rede emergencial vamos triplicar o volume de água enviado aos bairros Rosário, Mangabeiras e Vale do Sol e, consequentemente, aumentar a quantidade de água no reservatório”, concluiu o diretor do DAE.