Morte de cachorro durante operação da PM repercute em Conceição do Mato Dentro

A morte de um cachorro da raça Pit Bull durante uma operação da Polícia Militar repercute em Conceição do Mato Dentro. O cão estava em uma das casas que foi alvo das equipes de segurança nessa sexta-feira (29) e foi morto com um tiro. Nas redes sociais, populares questionam a ocorrência, mas a PM, por meio do comando do 144ª Companhia, afirma que a ação foi “necessária” porque o cachorro teria sido usado para atacar os membros da operação.  

 A operação ocorreu durante toda a sexta-feira, em vários pontos de Conceição do Mato Dentro, para cumprimento de mandados de busca e apreensão decorrentes de crimes como homicídio e tráfico de drogas. Segundo a PM, foram presas oito pessoas, além de apreendidas diversas armas em toda a operação. A casa onde o cão foi morto seria de um homem acusado de participação em homicídios na cidade. 

Uma irmã do envolvido escreveu em uma rede social que vive na casa com a mãe, o rapaz suspeito e o cachorro. Ela afirma que o Pit Bull, de nome Apolo, é dócil e não ataca as pessoas. Chamou de “covardia” o disparo da PM e ainda reclamou que os policiais demoraram a chamar um veterinário para cuidar do cão, que acabou falecendo depois de o profissional chegar à residência. Também nas redes sociais, uma ONG de proteção animal de Conceição do Mato Dentro, a Associação 4 Patas, cobrou uma posição dos militares.  

Procurado pela DeFato, o comandante da PM de Conceição do Mato Dentro, tenente Raul Ferreira, encaminhou à reportagem uma nota assinada pelo comandante da 144ª Cia Independente (sediada no Serro), tenente Mendes. No texto, o policial afirma que o cão foi “usado de escudo” pelo suspeito alvo da operação e que o animal “ia atacar um policial”.  

“Inversão de valores é isso: a morte necessária do cão de um traficante que ia atacar um policial ser mais valorizada que a vida das pessoas que esse traficante matou, viciou e deturpou a ponto de que roubassem, furtassem e matassem”, escreveu o comandante regional da PM. 

Na nota, o comandante da PM afirma ser um defensor dos animais e ainda disse que os militares acionaram o veterinário após o disparo no cachorro e que o profissional foi pago pelo policial que atirou. 

Leia, na íntegra, a nota encaminhada pela Polícia Militar:  

Senhores, 

cada um de nós tem pleno conhecimento do que aconteceu. 

Sabe que, assim como cães, crianças e idosos são usados de escudo (inclusive, era uma idosa quem guardava a submetralhadora). 

Covarde é quem usa de vidas humanas como escudo da ganância por dinheiro e para suprir sua satisfação por drogas. 

Cada bucha de maconha contribui não só para a morte de cães, mas, principalmente, para a morte de pessoas, em favor das quais não vi nenhuma manifestação nas redes sociais. 

Inversão de valores é isso: a morte necessária do cão de um traficante que ia atacar um policial ser mais valorizada que a vida das pessoas que esse traficante matou, viciou e deturpou a ponto de que roubassem, furtassem e matassem. 

A Polícia Militar superará qualquer obstáculo para proteger a paz social, inclusive para os que nos criticam.  

Fica aqui meu apoio aos policiais militares indevidamente criticados por covardes que se escondem atrás de redes sociais, animais e pessoas inocentes. 

Sou defensor dos animais, tenho vários cães adotados e presto auxílio a diversos outros. Tenho consciência de que a ação foi necessária para proteger a integridade de pessoas. 

Meu elogio à operação e meu repúdio a quem ousa imaginar que agimos sem técnica, conhecimento, estudos ou a favor de um ou outro político. Esses que propagam suposta ignorância por parte dos policiais são os verdadeiros ignorantes do direito, da moral, da ética e do bom senso, pois colocam sua necessidade de consumo de drogas, o dinheiro e a ignorância acima de vidas humanas que juramos proteger MESMO COM O SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA! 

Ressalto, por fim, que de imediato houve acionamento de veterinário, PAGO DO BOLSO DO PROPRIO MILITAR. 

Ten Mendes 
Comandante orgulhoso da 144 Cia/3 BPM