Municípios afetados pelo rompimento de Fundão cobram medidas federais e estaduais mais severas
Coletiva de imprensa na sede da Associação Mineira dos Municípios (AMM) reuniu representantes da bacia do Rio Doce
Em uma coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (21), representantes dos municípios impactados pelo crime do rompimento da barragem de Fundão chamaram a atenção para a responsabilidade de órgãos públicos no cumprimento da repactuação. As prefeituras fazem parte do Fórum Permanente de Prefeitos da Bacia do Rio Doce, através do Consórcio Público de Defesa e Revitalização do Rio Doce (CORIDOCE).
Presidida pelo prefeito de São José do Goiabal, José Roberto Gariff Guimarães (PSB), a mesa citou os governos federal e estaduais, além da Advocacia-Geral da União e o Supremo Tribunal Federal. “Eles têm o poder constitucional de revogar ou suspender licenças de funcionamento se necessário. Não podemos aceitar argumentos infundados de que se for cassada uma concessão dessas empresas, haverá desemprego. 590 bilhões foi o faturamento dessas empresas após o acidente”, apontou o prefeito.
Em dezembro de 2023, as empresas responsáveis pelo crime, Samarco, Vale e BHP Billiton, propuseram R$ 42 bilhões divididos em parcelas durante oito anos. A proposta foi considerada desrespeitosa pelas prefeituras, que mencionaram laudos apontando a necessidade por R$ 126 bilhões.
O prefeito de Governador Valadares, André Merlo (União Brasil) trouxe informações sobre o município mais afetado pelo crime das empresas Samarco, Vale e BHP Billiton. Em Governador Valadares, as obras de captação do Rio Doce e do Hospital Regional estão paralisadas atualmente devido à espera pelos recursos que deveriam ser recebidos pela repactuação. “Os municípios não são signatários. Deveriam ser chamados a ser”, defende.
Além de Governador Valadares, o município de Colatina também depende da captação da água do Rio Doce e o prefeito Guerino Balestrassi (Podemos) chama a atenção para o hábito de moradores beberem água por garrafas compradas devido à falta de tratamento da água pública.
Também estiveram presentes o procurador do consórcio Dr. Samuel Lomas, a prefeita de Rio Casca, Marleyde de Paula Mucida (PP); de Rio Doce, Mauro Pereira Martins (Republicanos); de Sem Peixe, Eder Eloi Alves Pena (PSD); do município capixaba Linhares, Bruno Marianelli (Republicanos); e do secretário executivo do Fórum, Duarte Junior.
Confira a Carta Aberta à população atingida divulgada pelo Fórum no portal da AMM.