Na competição corporativa, nem tudo se cria e quase tudo se copia

Claro que os competidores não são inimigos e um pode colaborar com outro

Na competição corporativa, nem tudo se cria e quase tudo se copia
Foto: Arquivo Pessoal
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Nesse momento de recuperação comercial, inúmeros empreendedores(as) estão tentando se reinventar e buscar inovações aos negócios de forma a torná-los mais rentáveis novamente.

No entanto, ao se buscar essa diferenciação, deve-se levar em conta que estamos sendo analisados em tempo integral pelos nossos competidores. É bom lembrar que hoje, mais do que nunca, os competidores não são somente aqueles que estão em nossa área visual de influência, em sim em qualquer lugar do mundo, ou seja, virtual.

É bom ressaltar que no mundo corporativo, essa análise feita pelos concorrentes, tem até nome e chama-se Benchmarking. Nesse caso, os competidores irão observar as ações que fazemos de diferente e tentarão aplica-las, melhorando-as, com as devidas adaptações (na maioria das vezes) em suas respectivas organizações. Tem competidor que nem se dá ao trabalho de diferenciar e faz uma cópia exata.

Isso é proibido, ilegal ou imoral?

Imoral, pode até ser! Proibido ou ilegal, não é, e faz parte do jogo, até mesmo porque podemos estar do outro lado aprendendo com o(s) competidor(es), correto? Claro que os competidores não são inimigos e um pode colaborar com outro sem perceber mostrando que há um mundo de estratégias que podem ser desenvolvidas. Olhando por esse lado, podem até serem complementares.

Logo, qual o melhor caminho a ser seguido?

Penso que os verdadeiros empreendedores(ras) devam sempre evitar aquela competição face a face, predatória onde alguém vai perder muito. A melhor forma é dificultar o trabalho do(s) competidor(es) e para isso deverá estar sempre inovando ou desenvolvendo alguma ação que seja mais difícil de copiar.

A partir daqui existem inúmeros caminhos a serem seguidos, tais como examinar setores alternativos que possam ser atendidos por sua organização, segmentações mais profundas na carteira de clientes identificando novas oportunidades, desenvolver ofertas de produtos, serviços complementares e porque não uma precificação alternativa. Existem muitos outros caminhos pela frente.

O importante é que não se pode ficar parado(a) ou esperando os competidor(es) se movimentar(em) na frente. Esses que ficam parados esperando, também são conhecidos pela literatura em estratégias genéricas como “Reativos” segundo Miles et al (1978), ou os “Sem Posicionamento” para Porter (2004), ou ainda a estratégia da “Não Diferenciação”, como descrito por Mintzberg (2006). Logo, que nos movamos…

Marcelo Silva Ângelo Ferreira, Doutor e Mestre em Administração de Empresas; Professor na Funcesi; Pesquisador e Empreendedor no Segmento de Serviços. O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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