Na tentativa de evitar greve, Lula propõe reajuste em auxílios de servidores
A proposta foi feita pela ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, durante reunião com representantes dos funcionários públicos
Tentando evitar uma paralisação nacional no funcionalismo público, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está propondo à categoria um reajuste em auxílios alimentação e creche dos servidores federais, além de abrir rodadas de negociação com as classes.
A proposta foi feita pela ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, durante reunião com representantes dos servidores na quarta-feira (10), em Brasília. As categorias têm até a próxima semana para decidir se concordam ou não com as alternativas propostas pelo governo.
Em caso de acordo, o reajuste começa a vigora já a partir de maio. No entanto, a proposta governamental cobra que as categorias não interrompam a prestação de serviços públicos com greves ou paralisações, sob pena de suspensão do acordado entre ambos.
O governo federal propõe:
- auxílio-alimentação: de 658, para mil reais;
- auxílio-saúde: de 144,38 para 215 reais;
- auxílio-creche: de 321, para 484,90 reais.
O reajuste nos auxílios equivale a um aumento de 51,06% e os recursos para bancá-lo já estão contemplados no Orçamento de 2024. A reunião entre as partes se deu em virtude de alerta de integrantes do Palácio do Planalto sobre um impacto negativo de uma greve na popularidade de Lula, que, segundo pesquisas recentes, tem registrado queda.
No entanto, algumas categorias já têm indicativo de paralisação, como é o caso dos professores do ensino superior. Funcionários dos institutos federais e técnicos das universidades públicas já interromperam as atividades nos últimos dias.
O ministro Fernando Haddad (PT), da Fazenda, em reunião na quarta-feira, afirmou que a equipe econômica está fazendo cálculos para verificar se há espaço para o reajuste de salários dos servidores nos próximos anos, mas, advertiu que para 2024 isso não é possível, pois o “orçamento está fechado”.
Para Rudinei Marques, presidente do Fórum das Carreiras de Estado, “a falta de prazo para o fim das negociações tende a ampliar a insatisfação das categorias e acelerar a onda de paralisações no País, de modo a pressionar o governo”.