Nely Aquino pede afastamento e cassação do presidente Gabriel Azevedo por quebra de decoro

A ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte pede ainda o “afastamento imediato do vereador do cargo de presidente”

Nely Aquino pede afastamento e cassação do presidente Gabriel Azevedo por quebra de decoro
Nely Aquino, ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, e Gabriel Azevedo atual presidente da Casa. (Foto: Abraão Bruck/CMBH)

A deputada federal Nely Aquino (Pode) protocolou, nesta segunda-feira (28), um pedido de cassação contra o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereador Gabriel Azevedo (sem partido). A parlamentar foi presidente da Casa entre 2019 e 2022 e justifica o pedido alegando quebra de decoro parlamentar. Ela também afirma que pediu o “afastamento imediato do vereador do cargo de presidente” durante a tramitação do processo e que a presidência seja ocupada pelo primeiro vice, vereador Professor Juliano Lopes.

Na nota divulgada nesta segunda-feira (28), a deputada Ney Aquino diz que Gabriel Azevedo teria realizado “agressões verbais inaceitáveis à vereadora Flávia Borja (PP), com evidências de machismo, misoginia e intolerância religiosa” e também “agressões verbais aos vereadores do Partido Democrático Trabalhista (PDT), com indícios de racismo e preconceito social”.

“Gabriel Azevedo cometeu uma série de atos que atentaram contra o decoro parlamentar. Atos que são incompatíveis com a dignidade do cargo parlamentar e a imagem pública dessa Casa Legislativa que conheço tão bem, como vereadora e sua presidente. Entre as irregularidades cometidas por Gabriel Azevedo, estão:
Abuso de autoridade, com antecipação pública de atribuição de culpa antes mesmo de concluídas as apurações da CPI da Lagoa da Pampulha”, alega a deputada.

A ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte alega ainda que o atual presidente da Casa teria quebrado a confiança dos colegas parlamentares. “Esses atos são incompatíveis com a conduta exigida de um homem público, ainda mais na condição de presidente da Casa Legislativa. Assim, se faz necessário o afastamento imediato do denunciado da função de presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte”, finaliza em nota.

Na mesma nota, ela cita ainda a confusão da semana passada, em que Gabriel foi acusado pelo corregedor da Câmara Municipal, vereador Marcos Crispim (PSC), de fraudar o arquivamento de um pedido de quebra de decoro parlamentar contra ele por ter chamado o colega Wagner Ferreira (PDT) de “resto de ontem” e “lambe-botas” durante uma discussão.

Segundo a ex-presidente da Câmara, nesse episódio envolvendo o corregedor, Gabriel Azevedo praticou “atos que incluem fraude, estelionato, gravações ilegais, além da quebra de confiança de seus colegas vereadores e exoneração de funcionários da casa Legislativa por perseguição política”.

O que diz o presidente

Em nota enviada ao portal Estado de Minas, Gabriel Azevedo negou a coação e afirmou que quem convenceu o corregedor a voltar atrás no arquivamento foram aliados da Prefeitura de Belo Horizonte. Procurado pela reportagem do Estado de Minas para comentar o pedido de cassação de seu mandato feito por sua ex-aliada, o presidente da Casa se manifestou por meio de uma nota.

De acordo com ele, o grupo político de Nely Aquino “vendeu a alma para o prefeito Fuad Noman e já coagiu vereadores”. “Diante de todos os problemas da cidade, o grande objetivo deles é cassar o vereador que denunciou a máfia do lixo muito antes do próprio TCE (Tribunal de Contas do Estado) derrubar a licitação da prefeitura? Estão frustrados com os repetidos cortes no subsídio das empresas de ônibus? Ou é só uma chantagem pra conseguir mais cargos?”, questionou Gabriel Azevedo.