Nomes de servidores em Itabira aparecem em lista da CPI dos Fura-Fila; entenda o porquê

Comissão da ALMG vai apurar a vacinação irregular de grupos não prioritários no estado

Nomes de servidores em Itabira aparecem em lista da CPI dos Fura-Fila; entenda o porquê
O presidente da ALMG, Agostinho Patrus durante o deferimento da CPI. Foto: Luiz Santana/ALMG
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O governo Romeu Zema (Novo) repassou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) uma lista com o nome de 1.852 servidores estaduais que foram vacinados contra a Covid-19. A ALMG quer saber se a vacinação de cada um deles respeitou a ordem de prioridade definida pelo Ministério da Saúde.

A lista tem 21 nomes de funcionários ligados à Secretaria Estadual de Saúde (SES) em Itabira, com funções de trabalho presencial, contato com o público e atuação nas Farmácias de Minas. Não quer dizer que eles furaram a fila de vacinação, mas que receberam dose do imunizante conforme campanha e critérios definidos pelo município de trabalho.

A publicação da lista pela imprensa estadual repercutiu em Itabira e foi comentada hoje (18) durante a reunião de comissões permanentes da Câmara de Vereadores, quando parlamentares manifestaram dúvidas sobre o material.

CPI

O documento foi repassado à ALMG porque o órgão instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades na campanha de vacinação contra a Covid-19 no Estado. Isso após vir à tona a vacinação de pelo menos 500 servidores administrativos da SES, que estariam fora das prioridades do Plano Nacional de Imunização.

O requerimento da CPI foi deferido em 11 de março pelo presidente do parlamento, deputado Agostinho Patrus (PV). A CPI dos “Fura-Fila” terá um prazo de 120 dias para investigar o possível desvio de recursos referentes à vacinação irregular, o baixo investimento em ampliação de leitos para enfrentamento da pandemia e a não aplicação do mínimo constitucional em serviços públicos de saúde.

Gerência regional se posiciona sobre servidores imunizados

Por meio de nota, a Gerência Regional de Saúde (GRS) em Itabira defendeu que a vacinação dos servidores “seguiu e segue -visto que ainda há muitos servidores para vacinar – as deliberações do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde”.

Afirmou, também, “que todos os servidores fazem parte do SUS e do Sistema Estadual de Saúde, e desde o inicio da pandemia esses mesmos servidores estão na linha de frente e na retaguarda do enfrentamento à Covid-19 nas microrregiões de saúde de Itabira, João Monlevade e Guanhães”.

Para mais, a GRS destacou que “tudo será esclarecido o mais rápido possível, e que os servidores estaduais da saúde são sim trabalhadores da saúde e que seguiram os critérios de prioridades definidos pela Lei 23.787, de 07 de janeiro de 2021, em que traz eu seu artigo 2º o seguinte texto:

Art. 2º – Para fins da vacinação de que trata esta lei, terão prioridade idosos, profissionais da saúde, quilombolas, indígenas, acautelados, servidores públicos que, em razão de suas atividades, tenham contato com o público, além de outros grupos de risco para a Covid-19 definidos em regulamento.