Nova regra para horas extraclasse divide opiniões: professores de Itabira formam comissão para negociar ajustes
Em decisão conjunta, os professores decidiram formar uma comissão composta por cinco representantes de cada escola

Na sexta-feira (14), professores da rede municipal de ensino de Itabira se reuniram em assembleia em frente à Prefeitura. O objetivo do encontro foi debater propostas relacionadas ao cumprimento da carga horária de trabalho, especificamente as 10 horas extraclasse que devem ser realizadas dentro das escolas.
Durante a assembleia, os professores manifestaram insatisfação com a nova proposta apresentada pela Secretaria de Educação, que pretende implementar a mudança por meio de uma resolução. A principal crítica diz respeito à dificuldade de organização do horário, já que muitos educadores são horistas e acumulam cargos em outras instituições, o que torna a adaptação ao novo regime inviável para grande parte da categoria.
Em decisão conjunta, os professores decidiram formar uma comissão composta por cinco representantes de cada escola. O grupo terá a responsabilidade de elaborar estratégias e propostas a serem apresentadas ao governo, além de promover métodos para discutir e resolver questões de interesse da categoria, especialmente aquelas relacionadas às suas competências e condições de trabalho.
O professor Geovani Magno, comenta a nova regra proposta pela Secretaria de Educação, quais são as mudanças específicas na carga horária dos professores que impacta na mudança de rotina de trabalho deles. “As 10 horas extraclasse, antes cumpridas em casa, com atividades como preparação de aulas, correção de provas e organização de diários, agora estão sendo regulamentadas pela Secretaria de Educação. Segundo a nova proposta, 2h30 serão dedicadas a reuniões com a coordenação na escola, 3h30 para atividades convocadas pela Secretaria (como formações ou reuniões temáticas) e 4h em casa, com prestação de contas ao diretor sobre as tarefas realizadas. A mudança exige que todos os professores se reúnam no mesmo horário, o que impacta a rotina dos servidores e pode levar alguns, que têm outros empregos, a abandoná-los para se adequar à nova regra,” afirma o educador.
Auro Gonzaga, presidente do Sindicato dos trabalhadores Servidores Públicos Municipais de Itabira (Sintsepmi) explica a participação dos professores na discussão sobre a resolução 001-2025, que afeta a carga horária das séries iniciais e finais. “Como mediador, o sindicato não pode assumir a questão diretamente, pois há divergências entre as duas categorias. Para resolver o impasse, foi formada uma comissão mista, composta por professores das séries iniciais e finais, que terá a tarefa de elaborar uma proposta de carga horária que beneficie ambos os grupos. O foco principal é o artigo 5º da resolução, que tem gerado conflitos. A proposta final será apresentada à Secretaria de Educação para solucionar o problema”, esclarece o sindicalista.