Nova versão de “O Corvo” quer falar de amor, mas o melhor é a pancadaria
Sendo um filme sobre amor, não consegue atingir o cerne da questão
Falar de “O Corvo” é, inevitavelmente, lembrar de uma tragédia. Afinal, nos anos 1990, nas gravações da primeira versão dessa história inspirada na HQ de James O’Barr, o protagonista Brandon Lee, filho do ator Bruce Lee, levou um tiro acidental e morreu no set de filmagem. Trinta anos depois, a trama volta aos cinemas com um novo filme, querendo afastar o passado, criar uma nova mitologia e se voltar à história da HQ.
Dirigido por Rupert Sanders, “O Corvo” conta a história de um casal, Shelly e Eric, que é morto por um grupo que está atrás de um vídeo incriminador gravado por ela. E é aí que está a sacada da trama: Eric não morre, mas retorna para buscar vingança e, assim, fazer com que Shelly retorne à vida.
Não é exatamente um filme sobre violência, morte e vingança. “O Corvo” é essencialmente um filme sobre amor. O longa passa um bom tempo tentando construir o amor entre Shelly e Eric. Mas Sanders não é um cineasta para romances — e, por causa disso, muito do filme se perde.
Além do mais, por conta das atuações, você até pode mergulhar na história de Eric, mas dificilmente vai mergulhar no que Shelly está sentindo — e menos ainda nos dois como um casal.
EMO
Em um clima emo depressivo, regado a violência, “O Corvo” traz cenas de violência bem dirigidas, ainda que um tanto óbvias No final, a equação é essa: se fosse apenas um filme de vingança, seria acima da média. Só que sendo um filme sobre amor, não consegue atingir o cerne da questão. Ainda pode ser divertido? Com certeza. Mas fica a sensação de que o principal não veio.