Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante a guerra e depois da pescaria
Confira o texto do novo colunista da DeFato, Gustavo Milânio, que estreia no site nesta sexta-feira
Aproveitando o 1º de abril, tomei a liberdade de pegar emprestada a frase do diplomata e político prussiano Otto Leopold Eduard von Bismarck, para intitular este artigo e, ainda, fazer uma adaptação abrasileirada, já que na frase original, as mentiras são contadas depois de uma “caçada” e não após uma pescaria, como é comum no Brasil.
Até aqui, já conseguimos perceber o quanto a frase dita no final do século XIX é atualíssima, principalmente no momento em que o mundo, em choque, recebe a notícia de um ataque russo à Ucrânia. Mas, o intuito não é esmiuçar as consequências deste ato desumano, que somos obrigados a assistir diariamente nas telas de nossos celulares. Porém, chamo a atenção para um fato peculiar: essa é a primeira guerra após a ascensão das redes sociais, o que torna o show de horrores um espetáculo ainda maior, já que temos a chance de assistir de camarote todos os detalhes do circo montado pelo novo czar Vladimir Putin, ainda chamado de presidente da Rússia.
Então, vamos ao que interessa! Até porque, como eu disse, o intuito não é fazer uma análise do contexto atual, mas sim, um alerta aos navegantes: cuidado com as mentiras! Por que digo isso? Porque este é o ano em que ouviremos as maiores anedotas e, é claro, aquela típica “história de pescador”, de que o brasileiro tanto gosta. Vocês têm ouvido com frequência: “o golpe tá aí, caí quem quer! ”. A melhor maneira de escapar das mentiras é procurando a verdade e, já que citei algumas frases, rogo aqui uma das máximas cristãs: “conheça a verdade e ela vos libertará”.
Já estamos em campanha presidencial. Só não ver quem não quer. E este ano, assim como nos anteriores, a expressão “Fake News” andará solta por aí. O cuidado continua valendo. E claro, não é só para a política nacional.
Recentemente, vimos em Itabira um show de propostas mirabolantes. Se é mentira ou verdade, o certo é que houve um bombardeio de propostas “surreais”, com direito à vídeos e áudios, que se espalharam nas redes sociais como pólvora acesa, aproveitando o lugar comum, já que infelizmente, estamos em tempos de guerra.
Se fosse só isso, estaria bom! Para dizer que não falei das conversas de pescador. O que não falta na política atual é quem acredite que tem a capacidade de pescar tubarão com linha fina e vara de bambu. Devemos ficar atentos ao que ouvimos. Dizer aquilo que não é possível cumprir, não é algo muito presente em nossa política.
Ao longo deste ano, precisamos estar ainda mais atentos às promessas. O que não faltam são boas ideias e, de boas intenções, existem alguns lugares que estão cheios! O país se prepara para mais uma eleição. Desta vez, candidatos a Presidente, Governo de Estado, Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa disputarão a atenção dos seus eleitores. Não custa lembrar, mais uma vez: “nunca se mente tanto como antes das eleições, durante a guerra e depois da pescaria”.