Nuvem de poeira: Codema cobra dados do impacto na saúde dos itabiranos

Segundo Denes Lott, o ‘fenômeno’ da nuvem de poeira não ultrapassou os números estabelecidos, mas causou grande incômodo e alterou a qualidade ambiental.

Nuvem de poeira: Codema cobra dados do impacto na saúde dos itabiranos
Foto: Guilherme Guerra/DeFato
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Durante a reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema), realizada na última sexta-feira (14), o presidente e secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Itabira, Denes Lott informou que solicitou à secretaria de Saúde do município, informações e dados do impacto da ‘‘nuvem de poeira’’, que tomou conta da cidade na última semana. Ainda na reunião, o secretário solicitou à mineradora Vale uma apresentação dos investimentos e ações que vêm sendo empenhados para evitar que o incidente volte a acontecer. Ao ser questionada sobre a nuvem de poeira, a Vale informou que durante o evento, havia paralisado as atividades de forma temporária, 

Segundo Denes, o ‘fenômeno’ da nuvem de poeira não ultrapassou os números estabelecidos, mas causou grande incômodo e alterou a qualidade ambiental. Como registrado pela DeFato, diversos pontos da cidade foram afetados pela chuva de detritos vinda das minas da Vale, na última quarta-feira (12). A secretaria de Meio recebeu pelo menos oito reclamações formais sobre o problema, além de diversas queixas nas redes sociais e em contato direto com o secretário. 

De acordo com Denes Lott, em breve a pasta de Saúde do município deverá apresentar os dados solicitados pelo Codema, que poderão comprovar se houve – ou não – internações, aumento de consultas e demais problemas ocasionados por doenças respiratórias. Quem deverá entregar tais números ao Conselho é a secretária municipal de Saúde, Clarisse Santos, a quem Denes fez a solicitação, mas não obteve retorno a tempo de apresentar os números na reunião. 

Além de ser questionado sobre os investimentos e estratégias que vem realizando para reduzir os impactos ambientais, principalmente as ‘nuvens de poeira’, a mineradora Vale também foi cobrada sobre um estudo (em atraso) sobre a qualidade do ar na cidade. Nesse momento, o representante da empresa, Breno Brant solicitou a retomada de um grupo de monitoramento sobre a questão. No entanto, Denes Lott lembrou que esse grupo já tinha sido criado para discutir sobre flexibilização das normas, e a Vale ficou devendo pedidos do Codema. 

Mais cobranças 

Representante da Loja Maçônica União e Paz e conselheiro do Codema, o senhor Glaucius Bragança também fez cobranças à mineradora. Ainda sobre o grupo de trabalho, Glaucius questionou a Vale e a Prefeitura de Itabira sobre a proposta de flexibilização da regulamentação dos limites máximos de poeira no ar da cidade. 4

Glaucius também reclamou, diretamente com Denes Lott, que tanto ele quanto os demais conselheiros do Codema não foram informados sobre a contrapartida exigida pela Prefeitura à Vale, para que tal mudança da norma fosse feita. Alegando falta de informações, o conselheiro indagou qual tipo de contrapartida seria feita, pergutando se poderiam ser obras viárias, obras na Unifei ou a construção do presídio. 

Em resposta às perguntas feitas, Denes explicou que não há nenhuma negociação com a mineradora sobre a flexibilização, mas sim, exigências. ‘‘Se houver flexibilização, tem de haver contrapartida’’, disse. Logo na sequência o presidente do Codema informou que qualquer discussão sobre possíveis contrapartidas serão tratadas dentro do Conselho.