“O Executivo de Monlevade não liga para as academias como uma forma de combate ao coronavírus”, diz Marcos Dornelas
Frase foi proferida em reunião da Câmara dessa quarta-feira (23)
O clima esquentou na reunião ordinária dessa quarta-feira (23) na Câmara Municipal de João Monlevade. Mas depois de uma breve discussão, os ânimos foram acalmados. Tudo começa com o Projeto de Lei n° 1.172/2021, de iniciativa do vereador Marcos Dornelas (PDT), que institui como atividades essenciais os estabelecimentos de prestação de serviços de Educação Física públicos ou privados, essenciais para a população da cidade.
O projeto foi votado em primeiro turno e contou com 13 votos favoráveis; uma abstenção, de Thiago Titó (PDT) e um voto contrário, do vereador Revetrie Teixeira (MDB).
Clima esquentou
O autor do projeto, Marcos Dornelas, fez duras críticas ao Executivo Monlevadense. De acordo com o vereador:
“É um descaso do Governo Municipal com a cidade de João Monlevade no aspecto da saúde em meio à pandemia e a prática de atividades físicas. A cidade já não tem quase nada de atrativos no ramo, e o que tem ainda está fechado. Os bares estão abertos e as praças fechadas até hoje? E a prática de atividades físicas? Laércio e companhia não se mostraram preocupados com algo que é de competência deles”, disse Dornelas.
Defendendo a autoria do projeto, mas entrando em conflito com a Prefeitura, Marcos completou:
“Os educadores físicos são reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) como serviço essencial para o combate à pandemia. E em João Monlevade? Nada. As academias não entraram em nenhum momento como serviço essencial. Todavia, todos foram vacinados como profissionais da saúde. Eu não estou aqui para brincar. O Executivo não liga para as academias como uma forma de combate ao coronavírus”, finaliza em tom de provocação.
Indignado
O vereador Revetrie Teixeira tomou posse da palavra e desabafou o que sentia.
“Eu não posso pautar por legalidade a nada que se prime por aglomeração. Ninguém é contra exercício físico, jamais. Eu tive que votar contra para ter direito a falar. A gente não vem aqui para brincar, ninguém conhece as minhas atribuições. Eu não venho aqui para brincar. Todo serviço é essencial desde que se leve o sustento para casa? Então libere tudo na cidade. Quando o CTI estiver lotado no Hospital Margarida vocês vêm aqui e cobram”, enfatizou.
Ainda segundo Revetrie, o projeto visava somente o cunho de manutenção e status político.
“Eu não faço voto político, isso não é coisa para se fazer aqui. Temos que parabenizar os autores pelas matérias, mas com respeito a todos. Ninguém está brincando aqui. Não é lugar de fazer palanque político. Eu só dei o voto contrário para discutir. Vamos ter consciência do que estamos fazendo nesta Casa”, disse em tom eufórico.
Líder do Governo
Belmar Diniz (PT) votou favorável e pediu para exercer o direito de declaração de voto.
“Eu tive o mesmo sentimento, Revetrie. Se alguém quer caminhar sozinho, pode ir. Agora tem vereador nesta Casa como nunca antes. Eu sou o melhor, o resto é resto. Aqui é debate, discussão, proposta. Vai criticar os outros governos também, a ordem vem de cima pra baixo. Julgar o Executivo municipal por academias estarem fechadas? A ordem vem de cima! Eu votei também só para discutir. A culpa não é do Laércio, ele tem diálogo com todos. Donos de academias foram lá conversar com o Executivo, de forma sadia, e entraram em uma ótima conversa”, disse em tom de repúdio o líder do governo.
Conciliação?
Marcos Dornelas voltou a falar por ser autor do projeto. Ele defendeu-se das falas proferidas por Revetrie e Belmar.
“Eu entrei aqui e não entrei para brincar, foi isso que eu falei. Eu quero trabalhar. Hora nenhuma você me verá difamando algum vereador. Eu não ficarei também aplaudindo aquilo que sou contra. Não concordar não me faz um inimigo. Se o Laércio não tivesse colocado o decreto, não estaríamos discutindo a lei. Ele não pôs essa matéria quanto essencial. O vereador tem direito de criar um projeto de lei. Se vocês sentiram-se ofendidos, eu peço desculpas, mas não foi a intenção. Eu não estou fazendo politicagem, se você não quer votar (Revetrie), claro, é democracia. Respeito a opinião de cada um. Vamos parar de levar para o pessoal”, disse em tom ameno.
Como disse o próprio vereador Revetrie, a última fala dele sobre o assunto seria para colocar um ponto final no assunto.
“É como eu disse desde o início que entrei aqui. Somos 17 pessoas (contando com prefeito e vice) para representar 80 mil habitantes. Você não citou nome quando disse que não está aqui para brincar. Quando fala isso, fica implícito que os outros vereadores estão brincando. Você tem que se policiar no que falar. Não estou te dando aula, eu não tenho nem nível superior; tenho faculdade de vida”, enfatizou e encerrou o assunto.
O Projeto de Lei n° 1.172/2021 foi aprovado em primeiro turno e segue para o segundo turno e redação final em uma próxima reunião.