O incêndio do Oriente Médio: Primeiro-ministro de Israel diz que tropas da ONU são reféns do Hezbollah

A armada israelense intensificou os ataques contra as bases do Hezbollah neste domingo

O incêndio do Oriente Médio: Primeiro-ministro de Israel diz que tropas da ONU são reféns do Hezbollah
Foto: Reprodução/TV Bandeirantes

Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, disse neste domingo (13), que as tropas da ONU em missão de paz no Líbano devem se retirar das áreas de combate no país e que foi invadido por Israel no último dia 30 de setembro.

Os ataques israelenses feitos pelo ar contra posições do grupo Hezbollah no Líbano foram intensificadas neste domingo, com a imprensa do país noticiando que um bombardeio destruiu completamente uma mesquita histórica na cidade de Kfar Tibnit.

O Hezbollah diz ter repelido uma tentativa de invasão por terra nas proximidades do vilarejo de Ramia, constituindo-se na primeira vez que o grupo apoiado pelo Irã enfrenta combates por terra com as tropas israelenses, desde o início do conflito.

Tel Aviv garante realizar uma operação limitada no sul do Líbano, entrando em combate corpo a corpo com a milícia, com as Forças Armadas israelenses matando dezenas de combatentes e destruído a infraestrutura militar do grupo.

Israel vem recebendo fortes críticas da comunidade internacional pelos ataques feitos às instalações da Unifil (Força Interna das Nações Unidas no Líbano), que já mataram quatro capacetes (característica do fardamento da tropa da ONU) azuis feridos, o que para os países europeus, são ataques deliberados.

Em contraponto às críticas, Israel afirma mirar alvos do Hezbollah. O ministro da Defesa israelense Yoav Gallant, acusa o grupo terrorista de utilizar bases da Unifil “como fachada para suas atividades terroristas”, disse sem apresentar provas.

Gallant conversou com o ministro da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin e afirmou que vai continuar tomando medidas para proteger as tropas da ONU no Líbano.

Mesmo com a invasão do Líbano e a abertura de um novo front entre os judeus e os grupos que têm apoio do Irã, Washington permanece o principal aliado e fiador militar e diplomático de Israel na região.

Tel Aviv insiste em que as Forças de Paz da ONU se retirem das zonas de combate, mas a Unifil se recusa sair do lugar, alegando que a bandeira da ONU precisa permanecer hasteada na região.

Os soldados da missão de paz estão lá com o objetivo de evitar que qualquer dos lados do conflito atravesse a Linha Azul, delimitada pela ONU entre Israel e o Líbano.

No sábado (12), ao menos 40 países que contribuem diretamente com a Unifil, inclusive o Brasil, emitiram uma nota condenando os ataques contra a missão de paz, sem, no entanto, fazer menção a Israel.

Dentre os países que assinaram o texto estão: Alemanha, Reino Unido, China, Itália, Turquia, França e Espanha.

Em nota individual, o Brasil disse, na sexta-feira (11), que os ataques de Israel são inaceitáveis e violam os direitos internacionais, pedindo um imediato cessar-fogo no Oriente Médio.

Também o Papa Francisco pediu respeito aos capacetes azuis no Líbano.

A organização da Cruz Vermelha no Líbano teve socorristas feridos por um bombardeio no sul do Líbano, quando foram enviadas ambulâncias para resgate de sobreviventes de um ataque aéreo realizado contra uma casa e que sofreu um segundo bombardeio enquanto trabalhavam, ferindo os profissionais de saúde e danificando ambulâncias.

Em sua retórica, Israel afirma que o objetivo na invasão do Líbano é para garantir a volta dos residentes no norte do país, que estão fora de casa há meses. 

A invasão contra o Líbano forçou que mais de 1,2 milhão de libaneses deixassem seus lares e tem até o momento ao menos 2.000 mil mortos desde o 7 de outubro de 2023, segundo Beirute. No último sábado, nove pessoas morreram após bombardeios de Israel. O governo do país ordenou que civis se retirem dos outros 21 povoados até esse domingo (13).

* Fonte: O Tempo