O mundo está em transe e o Brasil está um caos
Resta agora que a população brasileira retire esses políticos do poder na nossa nação, não com o intuito de salvá-los, mas com a primordial necessidade de salvá-la do afogamento na corrupção
O mundo está em transe! Humanos se matam no Oriente Médio, no conflito entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza; na Europa, entre a Rússia e a Ucrânia. Não bastasse isso, a natureza está se rebelando cada dia mais, demostrando incômodo com a intrusão em suas formas, seja pelo ar, terra ou mar, quando insistimos em ferir o ecossistema.
No Brasil, especificamente, a política está em ebulição e os poderes constituídos já não se respeitam. Os valores estão se invertendo a passos largos em nossa sociedade; shows obscenos são feitos em praça pública com grande presença, cenas teatrais com simulação de sexo (inclusive com presença de crianças) são expostas nos tablados, palavreado repulsivo é permitido e proferido em músicas, e tudo é atribuído à arte.
No Rio Grande do Sul, o jornal Correio Brasiliense, em sua edição de 17 de maio, revela que mais de 2,2 milhões de gaúchos foram afetados pela chuva, com mais de 540 mil desalojados, cerca de 78 mil em abrigos, 806 pessoas feridas e ao menos 154 mortes em 461 municípios do estado.
Até essa data, a Defesa Civil indicava 98 desaparecidos nas enchentes, sem quantificar rebanhos bovinos, cães, porcos e aves presas nas telas das granjas. Chamou-me a atenção o comportamento do governo federal diante dessa tragédia, comparando, a grosso modo, a ajuda à Cisjordânia, mais precisamente à Faixa de Gaza, quando enviou ao menos cinco aviões (algumas remessas em aviões da FAB) com alimentos àquelas vítimas, sendo 30 toneladas de refeição desidratada e, em outubro, 40 purificadores de água, enquanto para o nosso povo foram enviados somente quatro purificadores, alardeados em manchetes na repulsiva imprensa parceira do Planalto, como se mitigasse a necessidade daquele povo. Numa dessas remessas de alimentos para Gaza, o governo brasileiro pagou R$ 500 mil à empresa aérea Lufthansa para fazer chegar a doação.
Anuncia-se com estardalhaço a escolha do Brasil para sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2027. Penso comigo: o estado do Rio Grande do Sul estará recuperado até essa data? O governador Eduardo Leite (PSDB-RS) está de pires nas mãos pedindo mais verbas ao governo federal, isenção de impostos e mais tempo para reconstruir seu estado. Na Copa do Mundo de 2014, o país investiu R$ 25,5 bilhões na construção e reformas de estruturas para receber o evento. Verdade que o dinheiro movimentado durante a Copa foi muito superior ao que se investiu, mas os valores foram diluídos País afora.
Logo depois veio a pandemia da Covid-19, que ceifou milhares de vidas, derrubou a economia dos estados, e alguns estádios se tornaram hospitais de campanha. Não teria sido melhor construir hospitais e dar melhor estrutura a essas instituições para maior qualidade no atendimento à nossa carente população? Não teria sido melhor adaptar esses hospitais com equipamentos modernos e mais eficientes no tratamento das doenças? Não teria sido melhor investir na educação do nosso povo, ainda com 7% de analfabetos?
A região Nordeste, segundo o último censo do IBGE, tem a maior taxa de analfabetismo: 14%, mais que o dobro da média nacional. Não seria mais sensato investir nesta área e acabar com a nossa vergonha perante o mundo em sermos um País de desdentados e analfabetos? Não seria melhor investir o que se vai gastar na elaboração e reparação de estádios na compra de equipamentos de segurança, melhor equipando nossas polícias, construindo e reformando presídios?
Estamos um caos em todos os sentidos. Como disse acima, os poderes constituídos não se entendem, se intrometem nos direitos dos demais, rasgam a Constituição sob várias alegações, intervêm em causas que não são de sua competência. As denúncias sobre possíveis máculas de procedimento recaem sobre todos eles. A parcialidade em alguns julgamentos é quase tangível, o desrespeito à nossa Constituição é flagrante, direitos invioláveis são violados, a liberdade de expressão se equipara aos regimes de Cuba, da Venezuela, da Rússia, da China, da Coréia do Norte e outros governos tiranos.
Parlamentares são presos por emitirem opinião, por sua ideologia, principalmente. Idosos, idosas, criança autista ou não, todos são presos por simplesmente se postarem a frente de um quartel do exército portando roupas verde/amarela, cores da bandeira nacional. Redes sociais são proibidas de veicularem informações, em especial dos brasileiros perseguidos. Suas contas são desmonetizadas, tornando suas vidas no exterior mais difícil, dificultando sua sobrevivência e o envio de dinheiro para suas famílias se manterem em seu País de origem.
O artigo 13.1 da Convenção Americana para os Direitos Humanos, realizada em San José, na Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, do qual o Brasil é um dos signatários, diz:
“Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações e ideais de toda natureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha”.
O artigo quinto da nossa Constituição diz: “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.
Tenho me emocionado com o resgate de vidas humanas e de animais no Rio Grande do Sul. Tocou-me muito a retirada do cavalo Caramelo, retido pelas enchentes no telhado de uma casa, após quatro dias ali; impassível. Resta agora que a população brasileira retire esses políticos do poder na nossa nação, não com o intuito de salvá-los, mas com a primordial necessidade de salvá-la do afogamento na corrupção.
Esta é mais avassaladora!