O (que) fazer (,) docente (,) em época de pandemia (?)

Professores de todos os níveis de ensino tiveram de se adaptar a novos formatos de aprendizagem

O (que) fazer (,) docente (,) em época de pandemia (?)

*Reportagem veiculada na edição 79 do Jornal DeFato Cidades Mineradoras

2020 foi um ano de adaptações, principalmente, na educação. A atuação docente sofreu intensas modificações mediadas pelo uso das tecnologias e mídias ao mesmo tempo em que o medo e a ansiedade ocupavam um lugar de destaque no home office.

O vocabulário docente passou a ter mais presentes expressões como gravação de aulas, atendimentos por WhatsApp, ensino remoto, lives e cursos on-line, webinar, aprendizagem digital, dentre outras.

Além disso, uma mescla de sentimentos aflorou, como desespero, ansiedade, angústia, frustração, compaixão, empatia e esperança, os quais estão ligados a momentos tristes, felizes e inusitados. Diante disso, a pergunta (implícita no título) é: o que fazer, docente, em época de pandemia?

A partir do que experienciei no ensino remoto (sem me ousar a “dar receitas”), e considerando abordagens como a de Edward  Maloney e Josh Kim, expostas no artigo Learning from Covid-19, a principal resposta seria que devemos compreender os desafios e as limitações desse contexto e trabalhar a partir das vantagens que ele oferece.

Nesse caso, as metodologias ativas foram fundamentais para que o processo de ensino e aprendizagem fosse mais significativo, mesmo diante de tantas dúvidas e incertezas. Na verdade, o fazer docente primou pela atuação mediadora concomitante ao fazer discente protagonista e autônomo.

Nesse modelo de ensino, os discentes aprendem de forma autônoma, tornando-se o principal responsável pela construção do seu conhecimento em vários espaços e tempos. Quanto a isso, José Moran entende que os mundos físico e digital são integrados pela tecnologia (e mídias), estendendo o espaço da sala de aula, como ocorreu em 2020.

Entendo, pois, que, apesar das adaptações impostas pelo atual contexto, o fazer docente pode ser mais significativo por meio das metodologias ativas de aprendizagem. Certamente não são a solução para todas as demandas educacionais, mas cumprem um papel significativo no processo de ensino e aprendizagem, seja em época de pandemia ou não.

Renata dos Santos é Doutora em Linguística e Língua Portuguesa, Pesquisadora em Metodologias Ativas e Professora na Universidade Federal de Itajubá.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

MAIS NOTÍCIAS