Onda roxa em Itabira: filas de banco lotadas, lojas abertas e festas com aglomerações
Itabiranos não cumprem decreto municipal e abrem comércios irregularmente. Há ainda relatos de festas realizadas em outros estados para fugir da fiscalização local
No primeiro dia de onda roxa em Itabira, a Prefeitura enfrenta a resistência da população em cumprir as medidas determinadas no último decreto municipal. O decreto 0523/2021 passou a valer nessa segunda-feira (8) e deve se estender durante 15 dias. A ideia é conter o avanço do coronavírus na cidade, já que o município está com 100% dos leitos de UTI preenchidos.
Para tentar combater as irregularidades, a Prefeitura de Itabira convocou a população a lutar em uma “guerra pela vida”. Assim, qualquer pessoa que identificar algum descumprimento do decreto, em estabelecimentos comerciais e locais públicos, poderá ligar para o setor de Fiscalização de Posturas Municipais.
A prefeitura disponibilizou os telefones 3839-2044 e 3839-2143 para que as pessoas possam, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, denunciar locais que estejam funcionando inadequadamente. Se o problema ocorrer em outros horários e em imóveis particulares, é necessário acionar a Polícia Militar pelo número 190.
E isso aconteceu! De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, foram incontáveis denúncias. Entre elas, figurou a tão comentada fila na porta da Caixa Econômica Federal. Como já vem acontecendo há quase um ano, houve grande aglomeração de pessoas na porta da agência, que já foi multada três vezes.
Mas, esse não foi o único banco com filas na porta. A Prefeitura já havia informado que, no caso de reincidência, vai encaminhar as imagens das aglomerações e registrar denúncia na Polícia Civil para que o responsável pela agência responda pelo crime contra a saúde pública.
Lojas Irregulares
Na avenida João Pinheiro, diversos pontos comerciais foram flagrados descumprindo o decreto. Alguns tentaram passar despercebidos funcionando com parte das portas das lojas fechadas e atendendo aos clientes na porta. Essa prática é proibida. Os donos e funcionários podem realizar serviços internos, mas o atendimento ao cliente deve ser feito apenas por meio de delivery.
Outros, mais corajosos, chegaram a funcionar com meia porta aberta, realizando as vendas presencialmente. Mas, houve quem não se importou em disfarçar e abriu o estabelecimento comercial. Vale lembrar que o descumprimento das medidas, tanto por pessoas físicas quanto por pessoas jurídicas, pode acarretar em multas entre R$ 500,00 e R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Além disso, as empresas estão sujeitas a interdição por 30 dias após o período de suspensão das atividades.
Festas em outros estados
A redação da DeFato recebeu também denúncia de pessoas que tem se deslocado para estados vizinhos para realizar festas com grandes números de convidados. Segundo relatos, fotos e vídeos encaminhados à nossa redação, no último fim de semana, uma festa de 15 anos realizada em Vitória, no Espírito Santo, reuniu empresários, agentes públicos, donos de lojas, profissionais da área médica, entre outras pessoas conhecidas em Itabira.
A celebração, realizada em uma casa de festas especializada na capital capixaba, aconteceu com direito a dança, régua de bebidas compartilhadas, fotos e vídeos sem ninguém usando máscaras ou qualquer tipo de proteção.
É importante destacar que, com base na atualização de números feitas no último domingo (7), o Espírito Santo registrou 6.552 mortes por Covid-19. O número de casos confirmados chegou a 334.887. Em todo o Espírito Santo, a taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19 estava em 80,97% neste domingo. Ao todo, 570 pacientes estão internados em leitos de UTI e 444 em leitos de enfermaria.