Ônibus é incendiado em Ribeirão das Neves; ação expõe denúncia sobre condições em penitenciária da cidade
Antes de deixarem o local, os criminosos entregaram um bilhete ao motorista, no qual ameaçavam o diretor-geral e demais responsáveis pela penitenciária de Ribeirão das Neves
A Polícia Civil investiga um ataque a um ônibus coletivo ocorrido na madrugada desta sexta-feira (31) no bairro San Genaro, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte. O crime teria sido motivado por uma suposta falta de atendimento médico na Penitenciária Público-Privada (PPP) do município.
De acordo com as informações preliminares, quatro homens armados com um revólver e um facão interceptaram o coletivo que trafegava pela rua Ruth Brandão Azeredo. Dois deles carregavam galões de gasolina. Após renderem o motorista, os suspeitos incendiaram o veículo e fugiram em um carro modelo Uno branco. O condutor não sofreu ferimentos.
Antes de deixarem o local, os criminosos entregaram um bilhete ao motorista, no qual ameaçavam o diretor-geral e demais responsáveis pela PPP de Ribeirão das Neves. No texto, os autores da mensagem alegam que um detento morreu devido à falta de atendimento médico e alertam que novas ações podem ser ainda mais graves caso a situação não seja resolvida.
A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar os suspeitos e apurar as circunstâncias do ocorrido. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.
Leia o texto do bilhete na íntegra:
“Este é um recado para o diretor-geral e os responsáveis pela PPP. Vocês estão lidando com seres humanos. Se assumiram o compromisso de nos manter em cárcere, então têm a obrigação de garantir nossos direitos e cuidados básicos. Mais uma vez, nossos direitos estão sendo negados, enquanto nos cobram deveres. Um sentenciado morreu por falta de atendimento médico, e muitos outros estão na mesma situação, além de diversas demandas que continuam sem resposta. Fica aqui o nosso aviso: se as questões pendentes não forem resolvidas, as próximas consequências serão ainda mais graves.”