Operação apreende carne imprópria para consumo que era destinada à escolas municipais em MG
Apurou-se, ainda, que os investigados fizeram uso indevido de selo público, a saber, as etiquetas e carimbo do Instituto Mineiro de Agropecuária
Foi deflagrada, nesta segunda-feira (18), a Operação Fort Summer, que teve como alvos frigoríficos da cidade de Formiga, na região Centro-Oeste de Minas Gerais que, entre outros crimes, ofereciam carnes impróprias para o consumo, inclusive para a merenda escolar de escolas municipais.
Durante a investigação, apurou-se que os acusados mantinham um depósito para vender produtos alimentícios adulterados e/ou corrompidos, bem como misturavam gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vender como puros, praticando o preço estabelecido para aqueles de mais alto custo.
Ficou comprovado também que os envolvidos adquiriam carnes doentes a preço baixo, realizavam o abate clandestino, e colocavam essa carne, imprópria para o consumo e com alto risco de transmissão de doenças, para a comercialização. “Há ainda indícios da prática de lavagem de dinheiro, o que poderá ser comprovado a partir da operação de hoje e a continuidade das investigações”, informou o Ministério Público de Minas Gerais, que deflagrou a operação na manhã de hoje (18).
A operação foi realizada pela 2ª e pela 4ª Promotorias de Justiça de Formiga, com o apoio da Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais (Ceda), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) regional Centro-Oeste, do Procon Estadual, do 2° Pelotão da 7ª Companhia PM de Meio Ambiente e do 63° Batalhão da Polícia Militar. Foram cumpridos os mandados de busca e apreensão nas residências e nas empresas dos investigados.
Fornecimento a escolas
Boa parte da carne era destinada à merenda escolar de crianças. O fornecimento para as instituições de ensino é resultado dos baixos custos criminosamente alcançados pelas empresas acusadas, que, consequentemente, obtinham sucesso em licitações realizadas por prefeituras mineiras.
Maus-tratos
Além disso, os investigados não observam os procedimentos descritos na legislação específica para os procedimentos humanitários de manejo pré-abate e abate destinadas ao bem-estar animal. “Não há treinamento da equipe de manejo e técnico da Responsável Técnica em relação ao manejo dos animais, resultando em maus-tratos. Assim, incorrem os investigados na prática do crime descrito no art. 32 da Lei de Crimes Ambientais”, informou o MPMG.
Apurou-se, ainda, que os investigados fizeram uso indevido de selo público, a saber, as etiquetas e carimbo do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), em proveito próprio.
*Com informações do MPMG