Os Números estão na Mesa: PIB 1,2%, Desemprego 9,1%
O PIB é a soma dos bens e serviços produzidos em uma economia em um determinado espaço de tempo e por isso mesmo mede o resultado do trabalho
Os profetas do apocalipse pararam de rufar tambores e de tocar trombetas… O PIB brasileiro cresceu 1,2% no segundo trimestre do ano se comparado com o primeiro, 2,5% no primeiro semestre e 3,2% na comparação anual. A atividade econômica do país está 3,0% acima do patamar pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019, e atinge o segundo patamar mais alto da série, atrás apenas do alcançado no primeiro trimestre de 2014.
O crescimento se deu em todos os setores com destaque para a indústria que cresceu 2,2% puxada pela indústria de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (setores em que o governo fechou vários contratos de concessão), a construção civil também se destacou apesar do nível da taxa de juros. O setor de serviços cresceu 1,3% e segue forte, atendendo a demanda reprimida durante os tempos de pandemia. E o setor agropecuário, apesar de quebra de safras importantes, como a da soja, cresceu 0,5%. Esse foi o comportamento pelo lado da oferta.
Pelo lado da demanda, o grande destaque foi o crescimento do consumo das famílias, 2,6%, em relação ao primeiro trimestre, e, 5,3% em relação ao
mesmo período do ano passado. O resultado positivo foi influenciado pelo crescimento da massa salarial real, aumento do crédito a pessoas físicas em relação ao segundo trimestre de 2021, além do saque extraordinário do FGTS e antecipação do décimo terceiro salário para aposentados e pensionistas do INSS. Esse foi o maior crescimento desde que a série começou a ser apurada.
Outro destaque nos números do PIB foi a Formação Bruta de Capital Fixo, que cresceu 4,8% e que nada mais é do que o investimento das empresas em máquinas e
equipamentos para aumentar a capacidade de produção. Interessante também a queda de -0,9% da Despesa de Consumo do Governo, apesar do ano eleitoral.
Na quarta-feira, o IBGE divulgou os números do mercado de trabalho e a taxa de desemprego no Brasil, no trimestre findo em julho é a menor desde 2015. O número de quase 100 milhões de pessoas ocupadas é recorde histórico, e, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho, CAGED, o número de empregados com carteira assinada (mais de 42 milhões) também é recorde histórico.
Para quem não sabe, o PIB é a soma dos bens e serviços produzidos em uma economia em um determinado espaço de tempo e por isso mesmo mede o resultado do trabalho.
A riqueza de um país está na sua capacidade de produzir e a base da produção é o trabalho. Resumo da ópera: a economia brasileira está forte e crescendo
de forma sustentável a partir do protagonismo da iniciativa privada, que está criando os empregos que geram renda que gera consumo que gera mais produção. Estamos vivenciando o círculo virtuoso da economia, apesar da pandemia e da guerra que trouxeram desarranjo das cadeias produtivas e inflação global. A gestão da economia brasileira nos coloca hoje em uma posição privilegiada em relação aos principais países do mundo.
Rita Mundim é economista, mestre em Administração e especialista em Mercado de Capitais e em Ciências Contábeis
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