Após mais de dois anos de conflito, são reais as possibilidades de um enfrentamento entre a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a Federação Russa.
Com a decisão por parte de lideranças dos países que compõem a aliança, liberando a utilização pela Ucrânia de armamentos em ataques contra o território russo, o presidente Vladimir Putin tem considerado cada vez mais essa possibilidade, inclusive ameaçando com a utilização de armas nucleares, caso isso venha a ocorrer.
A movimentação aconteceu após um pedido do secretário-geral do bloco militar, Jens Stoltenberg, que defendeu a utilização dos armamentos ocidentais contra a Rússia.
A fala de Stoltenberg foi endossada pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
“Deveríamos permitir que neutralizassem locais militares a partir dos quais os mísseis são disparados, locais a partir dos quais a Ucrânia é atacada, mas não deveríamos permitir que atingissem outros alvos na Rússia, locais civis ou militares”, disse Macron no dia 28 de maio.
O Reino Unido foi um dos primeiros a sugerir a liberação dessas armas à Ucrânia, em manifestação do secretário de Relações Exteriores, David Cameron, em visita a Kiev.
“A Ucrânia tem esse direito. Assim como a Rússia está atacando dentro da Ucrânia, você pode entender perfeitamente por que a Ucrânia sente a necessidade de ter certeza de que está se defendendo”, disse Cameron A Reuters.
A 30 de maio, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, confirmou que o presidente Joe Biden concorda com os ataques da Ucrânia contra a Rússia utilizando as armas fornecidas por eles. A informação foi divulgada a partir de Praga, na República Tcheca, o que foi realmente feito pelos ucranianos, segundo o vice-presidente da comissão de segurança nacional e inteligência do Parlamento do país, Yehor Chernev.
A Alemanha também autorizou a utilização do armamento contra os russos, após a manifestação americana.
O início do conflito ocorreu em fevereiro de 2022 e Putin já advertia para a escalada da guerra, caso os países ocidentais apoiassem a Ucrânia.
Putin afirmou que a liberação de armas contra a Rússia pode ter “consequências graves”.
Segundo Sergey Lavrov, diplomata russo, “o país está pronto para enfrentar o Ocidente caso eles decidam se envolver, de forma mais direta”.