Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, será restaurado
O valor completo da restauração, segundo o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), é de R$ 9 milhões
A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), apresentou, na segunda-feira (6), projeto de restauração do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. A última intervenção no imóvel foi concluída em 2006.
O valor completo da restauração, segundo o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), é de R$ 9 milhões. O recurso é fruto de indenizações obtidas em ações civis e acordos judiciais. O dinheiro não é diretamente do MPMG, mas, sim, de recursos recuperados e destinados à reparação de bens lesados do patrimônio cultural.
“O Palácio da Liberdade, que é um patrimônio de todos, hoje não está lesado, mas, sim, avariado. Portanto, há necessidade de restauração e esses recursos são exatamente para restaurações culturais e do patrimônio brasileiro e mineiro. Nos sentimos prestigiados em poder participar dessa ação com o Governo de Minas Gerais”, afirmou o procurador-geral do Ministério Público de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior.
A restauração
O diagnóstico feito pelo Iepha-MG constatou em última análise que a restauração precisa ser realizada urgentemente, principalmente a recuperação do telhado do imóvel. O Palácio da Liberdade, que é administrado pela Secult, tem se deteriorado devido ao uso constante e, principalmente, devido às últimas chuvas, segundo o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.
“A medida de restaurar o Palácio nesse momento vem de acordo com diagnóstico feito pelo Iepha, que apontou necessidade da restaurações como a recuperação do telhado e, sobretudo, de danos sofridos pelo tempo. Mais recentemente, o telhado foi bastante danificado pelas chuvas dos últimos dois anos”, explica o secretário.
Ele detalhou também que as obras de restauro devem durar, no mínimo, um ano, exceto a recuperação dos telhados, mais urgente. “A restauração, naturalmente, tem um tempo de duração maior, pois é preciso realizar diagnóstico, avaliação das pinturas, além de um outro detalhe muito importante: a restauração da mobília, que ainda não foi feita”, afirma.
Há também um desejo de modernização do prédio que já foi o cenário de grandes acontecimentos do Estado, desde 1898, ano em que foi inaugurado como sede do Governo de Minas Gerais, o que durou até 2010. As paredes, pinturas, iluminação e mobiliários do palácio também entram no planejamento do restauro. Além deles, a tenda usada para realização de eventos será transferida e vai abrir espaço para o resgate do projeto original dos jardins.
Palácio da Liberdade
Hoje aberto ao público, o prédio histórico faz parte do Circuito Liberdade, administrado pela Fundação Clóvis Salgado (FCS), e é um dos principais cartões postais da cidade. O imóvel, projetado pelo arquiteto José de Magalhães, conta com arquitetura eclética, refletindo a influência do estilo francês, com requintes de acabamento e riqueza de elementos decorativos.
Em seu interior podem ser vistos candelabros em bronze dourado, piso em parquet, lustres em cristal, painéis alegóricos, torreões e a beleza da escadaria principal encomendada a uma empresa da Bélgica, além de rico mobiliário. Na área externa do palácio há jardins projetados originalmente por Paul Villon, seguindo o estilo inglês e que passaram por reformulações ao longo do tempo, quando foram incluídos elementos decorativos como esculturas e fontes.