Palmeiras foi o time “chato” no Mundial, nada mais do que isso
Verdão até dificultou a vida do Chelsea, mas fraquejou diante da superioridade inglesa
Se o futebol faz parte da sua vida, você certamente já ouviu falar do “time chato”. Trata-se daquela equipe encardida, que endurece o jogo até o fim, marca forte, por vezes até catimba, mas uma hora sucumbe ao adversário. Citando um exemplo com zero embasamento científico, o Goiás é um clube que costuma montar times chatos.
E entre todas as análises e definições em torno da atuação do Palmeiras no último sábado (12), contra o Chelsea, a que me soa mais apropriada para resumir os 90 minutos alviverdes contra os Blues é essa: diante do poderoso campeão da última Champions, o Palmeiras foi o time chato no Mundial Interclubes.
Desde o fim de semana, estamos acompanhando uma série de posições um tanto radicais (ah, vá) nas redes sociais. Alguns dizem que a equipe de Abel Ferreira bateu de frente com o clube londrino. Outros mencionam uma suposta covardia na postura defensiva do último campeão da Libertadores.
Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. Dentro da distância financeira, técnica e tática entre os dois times – algo que diz menos sobre eles e mais sobre a realidade em que cada um está inserido – o Palmeiras fez um jogo bem honesto em Abu Dhabi.
No primeiro tempo, demonstrou a já conhecida consistência defensiva e encaixou bons contra-ataques, embora nenhum tenha resultado em chances claras, a rigor. No segundo tempo, ameaçou bem menos o gol de Édouard Mendy e achou o empate quando o Chelsea parecia dominar a partida. O pênalti bobo cometido por Thiago Silva (Ah, vá – parte 2) deu vida a Raphael Veiga e Cia. Ltda e levou a final para o tempo extra.
Mas foi na prorrogação que a superioridade inglesa ficou mais evidente. Weverton até não trabalhou tanto, mas o Palmeiras praticamente não teve a bola. Se comparássemos com a Premier League, seria um típico jogo entre o Chelsea e o Burnley, por exemplo. E, sim, o time comandado por Sean Dyche costuma endurecer contra os gigantes ingleses.
Ao final, o abafa do terceiro colocado do Campeonato Inglês deu certo e Kai Havertz, a quatro minutos do fim do segundo tempo da prorrogação, fez o gol da vitória, em outra cobrança de pênalti.
Dentro de qualquer análise sobre o confronto, é bom fazer algumas considerações. Chelsea e Palmeiras chegaram à final em momentos totalmente opostos. Enquanto o time brasileiro vem em uma crescente de desempenho desde o fim da última temporada, os ingleses vivem fase terrível, com atuações bastante questionáveis e problemas internos.
Ainda assim, o protagonismo na partida de sábado sempre foi do Chelsea. Eram os Blues que tinham a bola e precisavam trabalhar para abrir os espaços adversários.
Ao clube paulista, coube a missão de dificultar o trabalho do rival muito mais poderoso, e isso ele fez muito bem. Só não podemos dizer que houve um confronto equilibrado. Seria brigar contra uma realidade que precisamos lutar muito para mudar.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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