Panorama complexo! Gastos aumentam, renda cai e a inflação ameaça os brasileiros

Dados mais recentes mostram uma inflação de 1,31% em fevereiro, acima das expectativas do mercado

Panorama complexo! Gastos aumentam, renda cai e a inflação ameaça os brasileiros
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A economia brasileira está flertando com um novo desequilíbrio fiscal e o empobrecimento das classes menos favorecidas, é o que indica uma análise crítica sobre os efeitos da inflação nos alimentos, o crescimento do endividamento das famílias e o impacto da ineficiente política de valorização do salário mínimo.

Dados mais recentes mostram uma inflação de 1,31% em fevereiro, acima das expectativas do mercado que, no acumulado de 12 meses chegou a 5,6%, destacando-se os alimentos, que tiveram alta de 6,1% no mesmo período.

Algumas projeções anualizadas indicam que a inflação de alimentos superou os 12%, pressionando famílias de baixa renda.

A atual política de valorização do salário mínimo, embora traga um aumento nominal aos salários dos trabalhadores, também proporciona maior demanda por bens de consumo básicos, elevando os preços, em especial nos segmentos da alimentação, transporte e energia, anulando os ganhos reais da camada mais pobre.

O elevado custo de vida tem levado famílias a recorrerem aos créditos bancários para suprir necessidades básicas, reduzindo a margem para consumo e investimentos na qualidade de vida, contribuindo para uma ciranda financeira cada vez mais difícil de sair.

Indicadores econômicos e especialistas financeiros sugerem que o país já vive uma desaceleração do crescimento, com o varejo, comércio e indústria já acusando sinais de retração no último trimestre, provocando suspeitas sobre a sustentabilidade do atual painel econômico.

Analistas alertam para o crescimento dos gastos públicos, maior que a arrecadação, podendo o país registrar déficits significativos.

A taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75%, tem estimativa de que chegue próximo a 15% em dezembro, encarecendo ainda mais o crédito, pressionando empresas e consumidores, fragilizando a retomada do crescimento econômico.

Esses fatores têm contribuído na queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo com os dados macroeconômicos indicam aumento da massa salarial, já que o sentimento da população de baixa renda é a perda do poder de compra.

Especialistas acreditam que uma mudança imediata na política econômica pode alterar o cenário atual, e apontam falta de sensibilidade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para o impacto direto das medidas adotadas na vida dos brasileiros.

* Fonte: ClicRDC