Papa Francisco: homem da acolhida, da misericórdia e da paz

A Igreja Católica vive um momento de luto e de esperança, com a morte do pontífice. Ele foi o Papa da alegria e da missão

Papa Francisco: homem da acolhida, da misericórdia e da paz
Foto: Reprodução/Vatican Media
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Estamos vivendo um tempo de luto, com a morte do papa Francisco, e também um Tempo de Esperança, pois nós cristãos acreditamos na Ressurreição, na Vida Eterna.

Como a vida foge de nosso querer! No Domingo de Páscoa o papa aparece para a benção papal, anda de papamóvel na praça de São Pedro. Parecia que ele estava melhorando. E, quando, de repente, vem no dia seguinte a notícia que ele tinha falecido.

Nestes últimos dias quantas recordações e boas memórias do pontificado de Francisco! O mundo todo falou sobre ele, seu pontificado e suas boas obras.

Na Missa de Exéquias, presidida pelo Cardeal Re, Decano do Colégio Cardinalício, em sua homilia ele destacou alguns pontos do Pontificado do papa. Alguns trechos da Homilia:

– O fio condutor da sua missão foi também a convicção de que a Igreja é uma casa para todos; uma casa com as portas sempre abertas. Várias vezes utilizou a imagem da Igreja como um “hospital de campanha” depois de uma batalha em que houve muitos feridos; uma Igreja desejosa de cuidar com determinação dos problemas das pessoas e das grandes angústias que dilaceram o mundo contemporâneo; uma Igreja capaz de se inclinar sobre cada homem, independente da sua fé ou condição, curando as suas feridas.

– São inúmeros os seus gestos e exortações a favor dos refugiados e deslocados. Constante foi também a sua insistência em agir a favor dos pobres.

– O Papa Francisco sempre deu centralidade ao Evangelho da misericórdia, sublinhando repetidamente que Deus não se cansa de nos perdoar. Deus perdoa sempre, seja qual for a situação de quem pede perdão e regressa ao bom caminho. Ele quis o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, destacando que a misericórdia é “o coração do Evangelho”.

– Perante o eclodir de tantas guerras nos últimos anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o Papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à sensatez, a uma negociação honesta para encontrar soluções possíveis, porque a guerra – dizia ele – “é apenas morte de pessoas e destruição de casas, hospitais e escolas. A guerra deixa sempre o mundo pior do que estava: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos”.

“Construir pontes e não muros” é uma exortação que ele repetiu muitas vezes, e o serviço da fé como Sucessor do Apóstolo Pedro esteve sempre unido ao serviço do homem em todas as suas dimensões.

Acredito que os ensinamentos do papa Francisco estão modificando o jeito de ser Igreja e ainda vai repercutir com o novo papa.  Vejo que é preciso dar continuidade ao que ele fez, e destaco: maior simplicidade no papado — normas que tornaram a Cúria Romana mais aberta e menos clerical; mais autoridade e visibilidade às mulheres; o cuidado com a Casa Comum; a Ecologia e a Sinodalidade como jeito de ser uma Igreja mais consultiva e participativa.

Unamo-nos em oração para que o Espírito Santo possa conduzir o Conclave e a eleição do novo papa, que terá a missão de manter a unidade da Igreja e o primado de Pedro.

Sobre o colunista

Padre Hideraldo Verissimo Vieira é pároco na Paróquia São João Batista – João XXIII, em Itabira, e licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com especialização em Ensino Religioso pela PUC Minas.

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