Paris se despede das Olimpíadas e passa o bastão para Los Angeles

Em uma apresentação com várias atrações, Paris entrega a bandeira olímpica para o próximo destino: LA 2028

Paris se despede das Olimpíadas e passa o bastão para Los Angeles
Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris – Foto: Alexandre Loureiro/COB

Mais tradicional que a festa de abertura, a cerimônia que encerrou os Jogos Olímpicos de Paris-2024 aconteceu na tarde deste domingo no Stade de France e foi dividida em vários atos. Depois dos shows e ritos oficiais, a contagem regressiva começou. A passagem da bandeira olímpica para Los Angeles, a próxima sede, em 2028, foi feita ao som de Red Hot Chili Peppers, Billie Eilish e Snoop Dogg, e também teve a aparição do ator Tom Cruise.

A cerimônia largou com uma apresentação musical em formato de ode à cidade-sede dos Jogos. A cantora francês Zaho de Sagazan e o coral da Academia Haendel-Hendrix cantaram a famosa “Sous le ciel de Paris”, de Edith Piaf, para abrir o espetáculo.

O primeiro ato teve o Jardim das Tulherias, ao lado do Louvre, como palco. A chama olímpica iniciou seu trajeto a Saint-Denis pelas mãos do nadador francês Léon Marchand, que faturou quatro ouros e um bronze nessa edição dos Jogos. Foi ele o responsável por apagar a chama olímpica, que iluminou o céu parisiense por mais de duas semanas.

Por um palco em formato de mapa-múndi, desfilaram as bandeiras de todos os países que participaram dos jogos. Ana Patrícia e Duda, campeãs no vôlei de praia, foram as responsáveis por levar o estandarte brasileiro – tradicionalmente, um homem e uma mulher carregam a bandeira de seu país, mas o COI acatou pedido do COB para que duas mulheres portassem o símbolo nacional.

 

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Depois das bandeiras, o público ovacionou as delegações, que entraram juntas – simbolizando a união dos países, com atletas celebrando o fim do ciclo olímpico.

A festa seguiu com o pódio da maratona feminina, prova que concluiu pela primeira vez uma edição de Jogos Olímpicos, marcados pela paridade de gênero entre os atletas. A holandesa Sifan Hassan levou o ouro, a etíope ficou com a prata e a queniana Hellen Obiri ganhou o bronze. Houve destaque para a Marathon Pour Tous – Maratona Para Todos – corrida aberta pela pessoas comuns, que percorreram o mesmo percurso da maratona disputada pelos atletas de elite.

ESPETÁCULO ARTISTÍCO

Planejada por Thomas Jolly, diretor artístico também do evento de abertura, a cerimônia começou no escuro. Assim que as luzes se apagaram e o estádio virou um teatro. O estádio se tornou um show de luzes à medida que piscaram nas arquibancadas milhares de pulseiras de LED, distribuídas pelos organizadores.

Do céu, surgiu um viajante dourado. O misterioso personagem pousou no palco ao som de Clément Mirguet e carregou a bandeira da Grécia, em um tributo ao país onde nasceram os Jogos Olímpicos, há 2.800 anos. A prometida ligação entre passado, presente e futuro por Jolly durante o evento envolveu o encontro entre o viajante dourado e Nike, a deusa da vitória associada aos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Ela foi representada como uma entidade.

Um piano suspenso verticalmente tocado por Alain Roche, acompanhado pelo cantor de ópera Benjamin Bernheim, executou o hino a Apolo, descoberto nas ruínas de Delfos e apresentado em 1894 no congresso que definiu o renascimento das Olimpíadas.

O explorador dourado misterioso saiu de cena assim que foram o último aro subiu para formar os anéis olímpicos, unidos e elevados posteriormente no centro do estádio, ganhando vida em um balé coreográfico de Kevin Vivès.

 

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PASSAGEM DA BANDEIRA OLÍMPICA A LOS ANGELES-2028

No fim do evento, a bandeira olímpica de Paris foi passada a Los Angeles, com uma sequência protagonizada pelos organizadores americanos dos Jogos de 2028. Foram mais ou menos 30 minutos dedicados à apresentação das próximas Olimpíadas, praxe em toda cerimônia de encerramento.

 

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A Prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass se juntaram para a ocasião. Hidalgo entrou a bandeira olímpica a Bach, que repassou a Bass, esta que estava ao lado de Simone Biles, fenômeno da ginástica. Apresentaram-se, então, as estrelas americanas, começando por H.E.R. Foi ela, ganhadora cinco vezes do Grammy, a escolhida para cantar o hino dos Estados Unidos.

Depois entrou em cena, como se estivesse em Missão Impossível, o ator Tom Cruise. Ele carregou a bandeira Olímpica e seguiu de moto, à la “Top Gun”, em uma transição em vídeo. A jornada continuou ao som de Red Hot Chili Peppers, que, porém, não esteve em Paris. Quem foi ao Stade de France viu do telão a apresentação da banda de rock, que cantou de “Venice Beach”, uma das mais famosas praias de Los Angeles. Lá também estava Billie Eilish, jovem cantora pop que é da Califórnia.

Snoop Dogg foi o último astro da música americana a tocar. Curiosamente, o rapper também cantou à distância, na praia californiana, e não ao vivo no Stade de France. Ele foi “garoto propaganda” de Paris-2024 e curtiu como poucos os Jogos na capital francesa.

Depois, Léon Marchand, astro da natação francesa, retornou. Ele foi incumbido de voltar com a chama olímpica. O presidente do COI apagou a chama e decretou o fim dos Jogos Olímpicos de Paris, encerrados com um último número musical protagonizado pela cantora Yseult. Ela cantou “My Way”, música de Frank Sinatra que tem forte vínculo entre a França e os Estados Unidos