Pesquisa mostra o assustador fantasma de Pablo Marçal no cenário nacional: a mídia de São Paulo chocou o ovo da serpente

O instituto Quaest trouxe um caminhão de preocupações à direita e à esquerda

Pesquisa mostra o assustador fantasma de Pablo Marçal no cenário nacional: a mídia de São Paulo chocou o ovo da serpente
Reprodução/Instagram/@pablomarcal1
O conteúdo continua após o anúncio


O site Poder 360 divulgou uma pesquisa surpreendente sobre a eleição presidencial de 2026. O instituto Quaest trouxe um caminhão de preocupações à direita e à esquerda. O resultado explicita um pressentimento que a frieza dos números confirma. O levantamento testou cenários para daqui a dois anos com três atores: o presidente Lula (PT), o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB).

Confira a preferência do eleitorado tupiniquim nesta altura do campeonato (hoje). O Quaest ouviu pessoas de quatro das cinco regiões do país. Lula (PT) lideraria a corrida com 32% das intenções de votos. Marçal (PRTB) e Tarcísio (Republicanos) viriam na sequência com 18% e 15% respectivamente. Os dois encontrariam-se tecnicamente empatados. A margem de erro é de 2%. Os indecisos estariam na faixa de 18%. Observem atentamente a realidade de cada espaço geográfico. A amostra, claro, levou em consideração a atual inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL). Por isso, o desempenho do ex-presidente não foi avaliado.

Nordeste

Lula: 44%; Pablo Marçal 15% e Tarcísio de Freitas: 7%. Indecisos 17%, brancos/ nulos: 17%.

Sudeste

Lula: 25%; Tarcísio de Freitas: 20%, Pablo Marçal: 16%. Indecisos: 19%, Brancos/nulos: 20%

Sul

Lula: 25%; Pablo Marçal: 23% e Tarcísio de Freitas 13%. Indecisos: 19% e Brancos/nulos: 22%

Centro-Oeste/ Norte

Lula: 34%; Pablo Marçal: 24% e Tarcísio de Freitas 14%. Indecisos 15%; Branco/nulos: 14%.

O instituto Quaest entrevistou 2.000 pessoas entre os dias 25 e 29 de setembro.

Esses percentuais trazem à luz as seguintes evidências:

Pablo Marçal é praticamente um estreante na política nacional, mas só perde para o governador do maior estado doPaís na região Sudeste. Mesmo assim, por diferença mínima de 4%. E o mais inesperado. Lula e o influencer empatam tecnicamente no Sul do Brasil. Outra realidade fora da lógica: no Nordeste, Pablo Marçal tem mais competitividade que Tarcísio de Freitas. Uma situação inusitada.

Reafirmo. Esses valores colocam uma pulga atrás das orelhas direita e esquerda. O quadro projeta impensável racha no bolsonarismo. E não apenas. Marçal é motivo de apreensão também na “canhota”. Veja bem. O sujeito é intelectualmente mais preparado e com melhor articulação verbal que Bolsonaro, o maior adversário de petistas e cia nos últimos oito anos. Então, o tal coach tem potencial para fazer mais estragos que o “mito”.

Mas como a enigmática estrela Pablo Marçal pintou na paisagem? Por favor, debite a encrenca na conta dos meios de comunicação de São Paulo. A mídia local, na ânsia de audiência, deu excessivos e desnecessários holofotes ao aventureiro. Note bem. Os órgãos de imprensa legalmente não tinham obrigação de convidar Pablo para os debates (ou embates). A regra é clara. Os concorrentes de partidos com até cinco representantes na Câmara Federal têm direito a essa atividade do processo eleitoral. Esse não é o caso do PRTB de Marçal. A sigla, de tão nanica, nem parlamentar tem. Então, como se vê, a mídia da pauliceia chocou o ovo da serpente. O primeiro turno da votação paulistana reforça essa percepção: Ricardo Nunes 29,48%; Guilherme Boulos 29,07% e Pablo Marçal 28,14%.

Mas há uma incógnita nessa equação capaz de impedir um final feliz para o grande astro da temporada: os senhores da toga podem matar no nascedouro as futuras pretensões políticas de Pablo Marçal. O ex-coach tem várias ações tramitando na Justiça Eleitoral. O protagonista do momento, então, tem chance de se tornar inelegível por oito anos. E aí acabaria esse sonho de uma noite de verão. Pelo menos, por ora.

Fernando Silva é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

MAIS NOTÍCIAS