Pessoas atingidas pelas barragens do Sistema Pontal, em Itabira, são eleitas delegadas na Conferência Municipal de Meio Ambiente

Marly e Giéser foram escolhidos como delegada e suplente, respectivamente, para representar a sociedade civil na Conferência Estadual de Meio Ambiente

Pessoas atingidas pelas barragens do Sistema Pontal, em Itabira, são eleitas delegadas na Conferência Municipal de Meio Ambiente
Marly Patrocínio, Gieser Coelho e Lucas Mageste – Foto-ASCOM.ATI.FIP

O Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) de Itabira realizou ontem (9), a 2ª Conferência Municipal de Meio Ambiente e Clima, com o tema “Emergência Climática”. Na ocasião, as pessoas atingidas pelas obras de descaracterização e descomissionamento do Sistema Pontal, estiveram representadas por dois moradores do bairro Bela Vista, Marly Patrocínio e Giéser Coelho.

Marly e Giéser foram escolhidos como delegada e suplente, respectivamente, para representar a sociedade civil na Conferência Estadual de Meio Ambiente – evento onde apresentarão AS propostas e demandas discutidas durante o encontro de Itabira. “É importante que os moradores atingidos pelas obras de descaracterização possam levar um panorama do que está acontecendo no território para outras esferas. É indispensável que eles ocupem os espaços de discussão para que a sociedade passe a vê-los como um grupo coeso, com representação”, disse o coordenador técnico de campo da Assessoria Técnica Independente da Fundação Israel Pinheiro (ATI/FIP), Lucas Mageste. 

“A escolha deles como delegados é um resultado positivo do trabalho que a ATI/FIP vem realizando junto às lideranças dos territórios em que atua. A intenção é orientar e apoiar a constituição de uma comissão de pessoas atingidas do Sistema Pontal”, finalizou.

2ª Conferência Municipal de Meio Ambiente e Clima

A 2ª Conferência Municipal de Meio Ambiente e Clima contou com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e aconteceu no Parque do Intelecto, reunindo órgãos governamentais e diversos representantes de entidades da sociedade civil, institutos e ONGs. Logo na abertura do evento, o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) lamentou a ausência de representantes da Vale. 

“É uma pena, temos muito a debater e resolver juntos, não como em uma guerra, mas com debate e transparência. Vivemos em uma cidade minerada há quase 100 anos, o primeiro território nacional a produzir minério de ferro em larga escala, e ainda continuamos dependentes da atividade. É esse quadro que precisamos mudar”.

Além da palestra de abertura com o jornalista Sérgio Abranches, os participantes foram divididos entre os três grupos de trabalho focais, discutindo estratégias e ações para minimizar os impactos das atividades humanas no clima; abordando medidas para gestão de desastres climáticos e debatendo o fortalecimento das políticas públicas e promoção de uma consciência ambiental para práticas mais sustentáveis.