“Podemos estar vivendo a última safra do minério”. Neidson alerta sobre falta de planos de diversificação em Itabira

Parlamentar teceu críticas à gestão Marco Antônio Lage e sua condução do projeto Unifei

“Podemos estar vivendo a última safra do minério”. Neidson alerta sobre falta de planos de diversificação em Itabira
Foto: Victor Eduardo/DeFato Online
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Atual presidente do MDB em Itabira, o vereador Neidson Dias Freitas (MDB) fez forte discurso na noite da última segunda-feira (25), durante evento de posse do novo diretório municipal do partido. O experiente parlamentar alertou sobre aquela que considera uma possível “última safra do minério de ferro” em Itabira, a falta de alternativas econômicas da gestão Marco Antônio Lage (PSB) e teceu críticas ao atual prefeito itabirano. Como detalhado por uma matéria publicada pela DeFato nesta terça-feira (26), Neidson surge como principal nome para candidato do MDB à Prefeitura no ano que vem.

“A cidade de Itabira não pode ficar à mercê de promessas, não pode viver de ilusão, porque a realidade bate à nossa porta. E podemos estar vivendo a última safra do minério de ferro que sustentou e trouxe a nossa cidade até aqui, e é preciso responsabilidade com isso. Porque quem não acredita que o minério de ferro não dá duas safras pode ser chamado de irresponsável. Quem está achando que vamos ter outras alternativas através do minério, pode ser considerado um irresponsável”, afirmou o emedebista.

Para Neidson, o atual Executivo não soube tirar proveito do robusto orçamento à sua disposição desde 2021. A efeito de comparação, ele citou o ex-prefeito Ronaldo Magalhães (União Brasil), também presente no evento.

“Está aqui o ex-prefeito Ronaldo Magalhães, que em quatro anos teve R$ 2 bilhões em sua gestão e deixou grandes projetos e obras. E hoje nós estamos com um orçamento que vai fechar em R$ 4 bilhões, só para o ano que vem são R$ 1 bilhão e 130 milhões. E o que estamos vendo? É a falta de responsabilidade com esse dinheiro. É uma gastança sem compromisso com o futuro. É irresponsabilidade não pensar no futuro do nosso povo. E isso está visível para as pessoas”.

Ainda no tema desenvolvimento econômico, o parlamentar mencionou a Unifei. “Um dos nossos maiores projetos concretos de desenvolvimento econômico é a Unifei. Sabe o que está acontecendo, vereadora Inez? Já fazem quatro meses que as empresas que estão lá hoje recebem pagamento atrasado, as obras a passo de tartaruga. Uma faculdade que já poderia ter centenas de alunos se estivesse pronta. E isso com esse dinheiro todo e mais os recursos que, com diálogo, o governo Ronaldo conseguiu (na ordem) de mais de R$ 100 milhões para a Unifei. E nem assim as coisas estão acontecendo”.

Por fim, Neidson criticou outras escolhas da gestão Marco Antônio Lage (PSB), como as constantes trocas em seu secretariado – que já chegaram a 40, como você pode ler aqui – e as inúmeras adesões a atas de outros municípios. Um modelo de negócio no qual é dispensada a abertura de licitações para determinados serviços. Segundo ele, tais medidas beneficiam amigos e irmãos de secretários itabiranos, fazendo clara referência ao caso Ultra Engenharia, empresa cujo um dos sócios é o irmão do ex-secretário Flávio Pena, Bráulio Pena Medeiros.

“Na hora que a gente fala sobre desenvolvimento econômico, eu não posso deixar de citar que todo esse atraso, toda essa confusão de não dar conta de montar uma equipe de governo em praticamente quatro anos, compromete o itabirano. E aí vai para o caminho mais fácil. E qual tem sido o caminho mais fácil para essa gestão? Parar de fazer licitações dentro de Itabira. Já foram entregues R$ 120 milhões na mão de empresas de fora de Itabira. Primeiro vieram os secretários de fora, e agora chegam as empresas dos amigos dos secretários de fora. Chegam as empresas dos irmãos dos secretários de fora. Para se ter ideia, tem irmão de secretário com contrato de mais de R$ 50 milhões, e o secretário já foi embora, porque a missão já está cumprida. Na hora que uma Prefeitura começa fazer adesão a ata, pegar carona na licitação de outras cidades, retira o emprego do itabirano. Retira a oportunidade de uma empresa de Itabira vender, crescer e gerar impostos para nossa cidade. Ele tira o direito do crescimento das pessoas que estão aqui”.

Prioridade?

Na apresentação da possível Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, na última quarta-feira (20), o eixo “diversificação econômica” foi o penúltimo colocado do ranking das despesas de Itabira no ano que vem. A ele serão destinados R$ 94.656.457 milhões, acima apenas dos recursos obrigatórios voltados à manutenção da Câmara Municipal, estimados em R$ 31.316.329.

Para se ter ideia, a área de “Sustentabilidade e Urbanismo” – que contempla, entre outros, melhorias nas estradas rurais, urbanização de vias e manutenção de praças e jardins – terá a seu dispor R$ 351.521.852 milhões.