Polícia Civil abre inquérito para investigar possíveis irregularidades na Itaurb

A informação foi confirmada à DeFato pelo delegado Helton Cota Lopes. Em nota, a Prefeitura de Itabira disse que aguarda a finalização das investigações e se coloca à disposição das autoridades

Polícia Civil abre inquérito para investigar possíveis irregularidades na Itaurb
Foto: Arquivo/DeFato
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A Polícia Civil abriu inquérito para investigar possíveis irregularidades na Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), que surgiram no mês de junho e causaram a exoneração do (agora ex) diretor-presidente, Amilson Nunes. As denúncias vieram à tona após o ex-gerente de Transportes e Coleta, Samuel Ferreira apresentar na Câmara Municipal notas fiscais, orçamentos e relatar outras possíveis práticas ilícitas, como o uso de carros particulares (sem contrato) para serviços gerais da empresa. Samuel confirmou à DeFato que compareceu à 3ª Delegacia Regional de Itabira  na última sexta-feira (14), onde prestou depoimento e entregou os documentos que embasam as suas denúncias.

Samuel confirmou ter recebido uma intimação da Polícia Civil e prestou depoimento acompanhado de sua assessoria jurídica: ‘‘Estivemos lá, levei todos os documentos, reafirmei tudo que apresentei na Câmara. Fiquei surpreso com toda interação do assunto dentro da delegacia, e pela abertura do inquérito. Já admirava o trabalho da polícia, agora mais ainda. Eles foram extremamente gentis’’, disse Samuel.

Itaurb

A informação sobre a abertura do inquérito foi confirmada à DeFato na manhã desta segunda-feira (17) pelo delegado regional Helton Cota Lopes. Segundo Helton, quem está a cargo das investigações é o delegado Diogo Luna Moreira. 

‘‘Não temos qualquer informação até o momento. As investigações estão apenas se iniciando. Com certeza outras pessoas serão ouvidas, oportunamente. As investigações irão se desenvolver. Ainda está no bem no início.’’

Prefeitura emite posicionamento

Em nota enviada à DeFato, a Prefeitura de Itabira se posicionou dizendo que aguarda a finalização das investigações e se coloca à disposição das autoridades para esclarecimentos que se façam necessários. A nota também informa que ‘‘qualquer conclusão neste momento é especulação”.

A nota é finalizada dizendo: ”É importante destacar, também, que todos os esforços da atual gestão buscam, desde o início, a recuperação socioeconômica da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), encontrada em situação precária e de iminente falência.”

Entenda o caso

Como detalhado por uma reportagem da DeFato publicada em 26 de junho, durante uma reunião de comissões da Câmara, o diretor-presidente da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), Amilson Nunes, precisou se explicar sobre duas acusações contra sua gestão. Uma delas diz respeito à emissão de notas em seu nome, quando a Itaurb negociava contratos com a empresa “Chácara Imperial” – responsável por realizar plantio de mudas em pontos como a avenida das Rosas e a avenida Mauro Ribeiro. Já a outra situação se referia à “doação” de um espaço do próprio Amilson para um evento da Itaurb.

Ao se defender, o secretário se disse um iniciante no setor público e transferiu parte da culpa para três funcionários exonerados da empresa, entre eles Samuel Ferreira. Porém, um dia depois, o ex-gerente de coleta e transportes se defendeu das acusações e foi enfático ao confirmar que Amilson tinha ciência do problema das notas fiscais e outras práticas ilícitas.

Amilson Nunes
O diretor-presidente da Itaurb, Amilson Nunes. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Amilson Nunes não resistiu às denúncias e foi exonerado do cargo de diretor-presidente da instituição pelo prefeito Marco Antônio Lage (PSB). A informação foi confirmada no início da noite de segunda-feira. Em seu lugar, João Mário de Brito foi escolhido como o substituto. 

Mesmo após a Prefeitura de Itabira anunciar a exoneração de Amilson, vereadores manifestaram pela continuidade nas investigações das denúncias de corrupção.