Polícia Civil fecha falsa agência de emprego e 21 pessoas são presas

Estelionatários atendiam no centro da capital e exigiam realização de cursos, entre R$150 e R$1500, para garantir vagas de emprego

Polícia Civil fecha falsa agência de emprego e 21 pessoas são presas
Foto: Divulgação / Polícia Civil de Minas Gerais

A Polícia Civil de Belo Horizonte conseguiu, nessa quinta-feira (9), fechar uma agência de empregos que oferecia vagas falsas para jovens adultos. Os estelionatários atendiam em um imóvel na rua Rio de Janeiro, região Central da capital. Ao todo, segundo informou a polícia, 21 pessoas foram presas, entre funcionários e líderes da organização criminosa.

Em entrevista coletiva, a delegada Ana Paula Gontijo explicou que as vítimas tinham entre 18 e 25 anos. Os bandido atraiam as pessoas usando as redes sociais. Os falsos agenciadores ofereciam as vagas de emprego, depois agendavam uma entrevista presencial no escritório.

“Durante essa entrevista, era informado à vítima que havia necessidade de realizar um curso de capacitação que, coincidentemente, era oferecido no local. Os criminosos cobravam valores entre R$ 150 e R$ 1.500. As cobranças variavam conforme o que os funcionários averiguavam da capacidade financeira da vítima”, acrescentou a delegada.

As vítimas realizavam o curso, mas a contratação não acontecia. As falsas vagas eram sempre em áreas de telemarketing e vendas. A delegada ainda enfatizou que algumas empresas citadas realmente ofereciam as vagas, mas não possuíam nenhum vínculo com a agência.

De acordo com a Ana Paula Gontijo, a polícia encontrou documentos no escritório que podem apontar pessoas lesadas pela organização criminosa. A suspeita é de que centenas de pessoas tenham sofrido o golpe. “A entrevista era muito superficial. As conversas eram mais sobre questões superficiais e rápidas. Para vítima confiar mais, pediam para fazer uma redação e logo em seguida já diziam que a pessoa estava apta, garantindo a vaga”, afirmou.

Os estelionatários exigiam que a vítima, mesmo sendo maior de idade, estivesse acompanhada de um responsável. “Eram pessoas que acompanhavam um filho, neto ou sobrinho. Na maioria das vezes, os pagamentos eram realizados pelo familiar”, pontuou a delegada.

Empresa era uma filial

A delegada Ana Paula Gontijo revelou também que, além da falsa agência funcionando há alguns meses no Centro, uma das criminosas já teve um escritório fechado em outro endereço. “Eles estão praticando esse golpe há quase um ano”, afirmou.

O esquema foi descoberto graças a denúncia de uma mulher que caiu no golpe. Ela chegou a ser considerada apta na entrevista, pagou R$ 450 pelo curso e tinha a vaga garantida. Como não foi contratada, voltou a procurar a empresa, que se recusou a devolver o dinheiro. A Polícia Civil foi até o local e, durante a operação, encontrou outras seis vítimas no local. Elas foram informadas que se tratava de um golpe e também formalizaram a denúncia.

O inquérito policial deve ser finalizado em 10 dias e encaminhado para o Ministério Público. A ação contou com o apoio da Guarda Municipal.

Polícia Civil faz alerta sobre golpes

A descoberta do esquema criminoso fez a Polícia Civil alertar a população para golpes do mesmo tipo. A delegada Ana Paula Gontijo reforça que estelionatários se aproveitam da vulnerabilidade das vítimas e da falta de informação. Por isso, ela diz que é sempre importante pesquisar sobre qualquer oportunidade oferecida e também a agência.

“Quando há uma oferta de emprego, existe uma seleção, outras pessoas são entrevistadas. E também não é cobrado nenhum valor por um curso antes de iniciar o trabalho. Por isso, é interessante fazer uma pesquisa, buscar informações para saber se há algum vínculo com a agência da vaga”, lembrou. 

Além disso, a delegada pontuou que o país vive um momento com índice crescente de desemprego. “Qualquer anúncio que ofereça muitas vagas, supervalorize o salário, deve ser visto com desconfiança. Nem todos serão fraudes, mas é preciso atenção das pessoas”, finalizou.