A Polícia Federal (PF) realizou nesta quarta-feira (5) uma operação nomeada “Cupim” contra o corte clandestino de árvores vitalizadas (madeira de lei) na Mata da Cutia e na Serra da Cachoeira, no interior da Reserva Indígena Guarani, no município de Carmésia, na Região do Vale do Rio Doce, em de Minas Gerais. Foi cumprido um mandado de busca e apreensão.
A reserva é ocupada por aldeias dos índios Pataxós desde a década de 1980. A população local promove a comercialização de pequenas peças artesanais, vendidas para turistas e visitantes da região com o intuito de subsistência, já que não existe outro meio de sobrevivência para o grupo.
De acordo com as investigações, foi constatado que um dos índios não estava cumprindo as recomendações repassadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e pelos caciques das aldeias. Ele produzia e comercializava peças de madeira em larga escala com a utilização de maquinário industrial, fugindo do caráter de subsistência. E, para isso, realizava o corte indiscriminado e massivo de árvores das espécies angico, paraju, vinhático, arruda e angelim, por exemplo.
Policiais federais realizaram busca na casa do índio e apreenderam uma motosserra, serras circulares, ferramental típico de indústria moveleira, inúmeras toras de madeira de lei, 317 vasilhas tipo gamela, além de móveis recém-fabricados a partir de árvores derrubadas na reserva.
Será solicitada a realização de laudo antropológico para verificar o grau de aculturamento do índio responsável pela produção, que poderá ser responsabilizado pela prática de crimes contra o meio ambiente, tais como o corte indiscriminado de árvores em área de preservação e o uso irregular de motosserra, além de perder por definitivo todo o material apreendido.