Polícia Federal faz operação em BH contra quadrilha que lavava dinheiro e usava nomes ‘fantasmas’

Operação Balaio de Palha foi realizada na manhã desta quinta-feira na capital

Polícia Federal faz operação em BH contra quadrilha que lavava dinheiro e usava nomes ‘fantasmas’

A Polícia Federal (PF) deflagrou em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (4), a Operação Balaio de Palha, para investigar a atuação de uma Organização Criminosa especializada em lavagem de dinheiro de outros grupos criminosos.

Quatro pessoas tiveram prisão preventiva e a PF cumpriu nove mandados de busca e apreensão, além de outros mandados para detenção de bens e valores.

Segundo a Polícia Federal, a associação criminosa era especialista na criação de pessoas jurídicas “fantasmas” em nome de laranjas e em abrir contas bancárias em nome delas para que outros grupos criminosos realizassem transações financeiras de recebimento e remessa de valores. Os grupos que utilizavam o esquema realizavam atividades como tráfico de entorpecentes, contrabando e a extração ilegal de ouro.

Os criminosos mantinham um esquema com doleiros de outros países usando as contas criadas para a prática conhecida como “dólar cabo”. Os responsáveis pelo esquema recebiam um percentual sobre os valores que passavam em “suas” contas.

O dinheiro obtido nas lavagens foi utilizado pela quadrilha para a abertura de uma empresa de produção de cigarros de palha. Os criminosos também adquiriram imóveis e outros bens que foram ocultados e registrados em nomes de terceiros, sendo esses os ‘laranjas’ envolvidos no esquema.

Polícia Federal realiza operação em BH
(Foto: Divulgação Polícia Federal)

Investigação

O trabalho investigativo da Polícia Federal, que priorizou fatos ocorridos a partir de 2018, identificou até o momento 30 empresas que eram utilizadas no esquema. A movimentação atípica detectada foi de mais de meio bilhão de reais, sendo que quase cem milhões foram movimentados em espécie.

Os responsáveis vão responder pelos crimes de Organização Criminosa, Lavagem de dinheiro, Evasão de divisas e falsidade ideológica, além de outros que ainda poderão ser apurados.

A Polícia Federal afirma que, somadas, as penas podem chegar a até 31 anos de prisão.