População faz manifestação em frente ao Sine e Câmara cobra prioridade na contratação de itabiranos
Protesto foi dispersado pela Polícia Militar. Confira o vídeo!
Mais uma vez a questão do desemprego e prioridade na contratação de itabiranos foi tema de intenso debate na Câmara de Vereadores. O assunto veio à tona após uma manifestação realizada na tarde desta terça-feira (11), em frente ao Sistema Nacional de Emprego (Sine), na avenida das Rosas, no bairro São Pedro. Populares que estavam em busca de emprego colocaram fogo em caixotes e paralisaram o trânsito no sentido bairro.
No entanto, o protesto não durou muito e foi dispersado pela Polícia Militar. Quem participou da manifestação se queixava da falta de estrutura do espaço. Quem vai em busca de uma vaga de emprego em Itabira fica exposto às condições climáticas, em uma longa fila. Enquanto o local não é aberto ao público, a população fica sem acesso à água e banheiro. Além disso, os populares se queixavam que ônibus com pessoas de outras cidades chegam ao Sine e ocupam as vagas que seriam dos itabiranos.
Situação recorrente
O vereador André Viana Madeira (Podemos) lembrou que a situação recorrente e que precisa de um basta. No entanto, argumentou que o Poder Legislativo precisa tomar algumas medidas diplomáticas em conjunto com o Executivo. Ele sugeriu a criação de uma comissão para estudar desde a origem do problema até sua consequência.
A imposição de uma condicionante que obrigue a Vale e demais empreiteiras a priorizar a contratação de mão de obra de nascidos ou residentes em Itabira é outra proposta a ser estudada. Segundo o vereador, essa medida foi imposta pelo município de Conceição do Mato Dentro à Anglo American.
“Seria muito mais fácil se a Vale e terceirizadas colocassem como regra, no escopo dos contratos, que a prioridade das vagas é para pessoas nascidas ou que residem em Itabira há mais de três anos. A não ser cargos de confiança. Mas, infelizmente, a Vale vem protelando esse debate. A Vale é a maior empregadora de Itabira, são mais de seis mil postos de emprego”, ponderou o vereador que também é presidente do Sindicato Metabase de Itabira e região.
Qualificação
Ex-professor do Senai, o vereador Solimar Silva (Solidariedade) afirmou que em Itabira há muitos profissionais qualificados e desempregados. “Até ajudante estão trazendo de fora. Não é possível que Itabira não tenha nem ajudante”, disparou.
Segundo ele, na próxima semana deve ser realizada uma reunião com a presença do gerente executivo de operações das minas da Vale no complexo Itabira, Rodrigo Chaves, membros da Prefeitura e Câmara.
“Acho que, no mínimo, 70% da mão de obra tem que ser de itabiranos. Toda vez que tem uma ampliação na Vale que exige uma contratação maior, existe esse problema. Já fizemos reuniões com a Vale várias vezes, mas sem sucesso. Eles já mostraram relatórios de empresas alegando que a maioria dos empregados são itabiranos, mas é mentira. Então, vamos tentar de novo. Pressionar a Vale para que isso aconteça”, frisou Solimar.
“Vale deve respostas”
A mesma cobrança também foi feita pelo vereador Neidson Dias Freitas (PP). “Precisamos que a Vale abra a planilha de contratados pelas empreiteiras. Aí vamos poder tirar nossas conclusões e ver qual o percentual de funcionários de Itabira e de fora. Nossa pretensão é esclarecer de vez essa situação e cobrar a prioridade para os itabiranos”, argumentou.
Para ele, o melhor caminho é o diálogo, a transparência e o entendimento. Um ofício pedindo a presença de um funcionário da Vale para prestar estes esclarecimentos será enviado à mineradora.
“Caso a Vale não responda, entendo que um dos mecanismos para demonstrar insatisfação institucional é aprovar, no plenário, uma moção de repúdio. Daí pra frente podemos buscar outros mecanismos com mais pressão”, concluiu Neidson.
A reportagem da DeFato procurou a Vale para comentar o assunto. No entanto, até o momento, não teve retorno.