Postura da torcida do América deixa claro: o brasileiro não sabe torcer
Americanos vaiaram bastante o time na partida de ontem, contra o Defensa y Justicia
O momento do América é horroroso. Após uma boa campanha no Campeonato Mineiro, com direito a um vice-campeonato, o time acumula maus desempenhos na Sul-Americana e, principalmente, no Brasileirão, onde é o vice-lanterna.
Nesta quarta-feira (23), a derrota para o Defensa y Justicia, no Independência, por 3 a 2, ampliou a má fase. Um momento ruim que, verdade seja dita, tem sido mais exceção do que regra nas últimas temporadas. Mas a torcida do Coelho não parece levar isso muito em conta.
Na noite de ontem, parte dos pouquíssimos torcedores do América que estiveram no Horto vaiaram a partida e pegaram no pé, principalmente, de Alê, um dos símbolos da ascensão do clube nos últimos anos.
Sem querer dizer como cada um deve reagir na arquibancada, mas já dizendo, confesso que achei tudo isso uma aberração. Vaiar o time, na minha opinião, já é um pouco bizarro, mas pegar Alê para cristo é algo ainda mais absurdo.
Óbvio que o meio-campista não tem atuado como outrora, e ontem ele falhou no primeiro gol do adversário argentino. Mas é impressionante a capacidade do torcedor brasileiro em jogar toda uma história no lixo e crucificar um jogador, ou mesmo um time inteiro, apenas por um momento.
Além de ilógico, tal comportamento é prejudicial. O sonho de toda equipe visitante é estar à frente do placar e ver a torcida do mandante criar uma atmosfera de pressão contra o próprio time. Ir no estádio, para mim, é uma missão. Assistir a uma partida na “cancha” é muito diferente de assistir no sofá. Até porque tudo que você faz naquele momento influi diretamente no campo.
Mas no Brasil são poucos os torcedores que entendem isso. Meu time não está vencendo? Vaias! Mesmo que isso custe o psicológico daquele que eu, supostamente, deveria apoiar. Crescemos ouvindo a ideia de que o brasileiro é o povo mais apaixonado por futebol. E a cada dia que passa tenho mais convicção de que se trata de uma verdadeira balela. No final, só nos importamos em vencer.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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